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COMÉRCIO MUNDIAL
Europeus concordam em apresentar oferta na área agrícola, mas querem contrapartida em serviços
Acordo UE-Mercosul fica mais próximo
CAROLINA VILA-NOVA
DE BUENOS AIRES
O Mercosul e a União Européia
estão mais próximos de fechar
um acordo de livre comércio entre os dois blocos até outubro deste ano, segundo a avaliação do
chefe da delegação brasileira, o
embaixador Regis Arslanian, diretor-geral do Departamento de
Negociações Internacionais do
Itamaraty.
"Avançamos muito bem nas negociações sobre regras de origem,
fitossanitárias e sanitárias, que
são fundamentais, procedimentos aduaneiros e de cooperação",
disse, sobre as tratativas entre técnicos dos dois blocos realizadas
nesta semana em Buenos Aires.
Um dos principais avanços foi
que, depois de três anos de negociação, a União Européia colocou
sobre a mesa um rascunho da
proposta que deverá ser apresentada no próximo dia 15 de abril
sobre o tema agrícola. "Isso torna
muito possível termos um acordo
em outubro", disse, citando o cronograma das negociações.
A posição européia era não fazer oferta na área agrícola sem
uma definição sobre o tema na
Rodada de Doha da OMC (Organização Mundial do Comércio).
Segundo o embaixador, a proposta européia será feita em duas
etapas. Na primeira, a União Européia incluirá uma parte dos cerca de 900 produtos agrícolas
"prioritários" para o bloco sul-americano, excluídos das negociações até este momento. A segunda etapa ocorrerá após a conclusão da Rodada de Doha.
O Mercosul, por sua vez, também terá de apresentar sua "oferta melhorada" nas áreas de interesse para os europeus -principalmente serviços, investimentos,
compras governamentais e bens
industriais. A questão agora é como apresentar essa oferta.
"Se eles dizem que vão apresentar a oferta que nos interessa em
duas etapas, como fica nossa oferta?", questionou o embaixador.
"É necessário ter certeza de que as
concessões serão feitas de maneira equilibrada."
"Nós fizemos progresso nesta
semana, só não sei se o qualificaria como muito bom", disse à Folha o negociador do lado europeu, Karl Falkenberg, diretor de
comércio da Comissão Européia.
"O negociador chefe argentino,
Martin Redrado, e eu usamos o
mesmo termo, nós somos cautelosamente otimistas."
Falkenberg criticou o fato de o
Mercosul não ter esclarecido como melhorará sua oferta.
"O teste real será em abril,
quando as duas partes terão que
colocar sobre a mesa suas ofertas
melhoradas", afirmou.
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