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RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Pedido fala de direitos humanos
Uruguai negocia acordo comercial com os EUA e pede inspeção em Cuba
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O Uruguai apresentou para a
Comissão de Direitos Humanos
da ONU, em Genebra, moção que
pede a realização de uma inspeção em Cuba. O documento foi
assinado na véspera de um encontro entre os governos do Uruguai e dos EUA que trata do comércio bilateral.
O governo de Fidel Castro reagiu. ""Cuba rechaça com toda
energia esse exercício vergonhoso
encabeçado pelo governo dos
EUA", afirmou o chanceler cubano, Felipe Pirez Roque. O presidente uruguaio, Jorge Batlle, negou qualquer vínculo entre o pedido e as negociações com os
EUA. Disse que o Uruguai atuou
como país ""independente".
Batlle se destaca como o presidente do Mercosul que mais defende a formação da Alca (Área
de Livre Comércio das Américas).
Os EUA não podem apresentar
moções porque perderam o assento na Comissão de Direitos
Humanos no ano passado -durante os 40 anos de conflito com
Cuba, os americanos sempre encabeçavam esse tipo de proposta.
Acompanharam o Uruguai, colocando também suas assinaturas, representantes da Argentina,
Peru, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, El Salvador,
Panamá e Canadá.
Em fevereiro, o governo argentino se ofereceu aos EUA para encabeçar a moção. Mas pediu em
troca a retomada de empréstimos
ao país. As negociações não avançaram, em grande parte por divergências na Argentina, e Washington buscou o Uruguai.
Assim como o Uruguai, que assina hoje, em Montevidéu, um
protocolo para formar uma comissão e iniciar negociações de livre comércio com os EUA, os outros signatários têm motivos para
se alinhar aos norte-americanos.
A Argentina espera crédito urgente do FMI (Fundo Monetário
Internacional); os países centro-americanos receberam dos EUA a
promessa de ter tratamento preferencial; e o Peru também negocia um acordo comercial com os
norte-americanos.
O embaixador cubano na ONU,
Iván Mora, classificou a moção de
""traição". Hoje, haverá uma marcha de repúdio contra a medida
em Montevidéu.
Para se dissociar dos EUA, Batlle diz que a moção apenas cita as
""condições internacionais desfavoráveis" em Cuba.
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