São Paulo, domingo, 12 de maio de 2002

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Mercado de ações trava expansão

DA REPORTAGEM LOCAL

A inexistência de um mercado de ações desenvolvido, que permita às empresas financiarem seus crescimentos, é o principal problema do Brasil para se transformar efetivamente num pólo mundial de tecnologia.
A avaliação é de Bart Heisey, diretor-geral para a América Latina da indústria norte-americana de chips Intel, que esteve no Brasil na semana passada e concedeu entrevista exclusiva à Folha. "As empresas precisam se tornar companhias abertas para conseguir recursos", afirma Heisey.
Ainda assim, a Intel -maior indústria de chips do planeta- tem interesses em produzir no Brasil. O executivo descarta, no entanto, a possibilidade da construção de uma fábrica de chips Intel por aqui.
Isso porque o mercado mundial de chips está com excesso de capacidade. "Há, no entanto, possibilidades concretas de construirmos uma unidade brasileira para o desenvolvimento de softwares ou de componentes para sistemas de telecomunicação sem fios."
Segundo Heisey, o empreendimento se justifica porque a América Latina é a região do mundo com maior potencial de crescimento tecnológico.

Exportações
As indústrias que estão implantando unidades de tecnologia avançada no país estão de olho também nas exportações para garantir seus negócios.
A Samsung, por exemplo, planeja iniciar as vendas externas de discos rígidos para a América Latina no final do ano. Ao mesmo tempo, trabalha para atender todo o mercado de computadores fabricados no Brasil.
Até o final do ano, a meta é responder por de 25% a 30% do 1,2 milhão de computadores fabricados no país. "Queremos reduzir o mercado de computadores contrabandeados e aqueles importados legalmente com nossos discos rígidos nacionais", afirma Wladimir Benegas, diretor da Samsung.
Atualmente, cerca de 3,1 milhões de computadores comercializados por ano no país não são produzidos aqui. Para mudar a situação, a companhia pretende convencer os fabricantes a adquirir seu produto graças à garantia de dois anos, além de um preço menor. Um disco rígido da Samsung custa R$ 85, contra os cerca de R$ 185 cobrados por um produto importado legalmente. (MARCELO BILLI E LÁSZLÓ VARGA)


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