São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 2005

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ÁGUIA EM TRANSE

Saldo negativo da balança comercial é o mais baixo em seis meses

Exportação reduz déficit dos EUA

PEDRO DIAS LEITE
DE NOVA YORK

O déficit comercial dos Estados Unidos com os demais países do mundo caiu 9,2% em março, resultado que surpreendeu os analistas e indicou que a economia pode estar mais sólida do que se previa. As importações superaram as exportações norte-americanas em US$ 55 bilhões, o nível mais baixo em seis meses.
No mês anterior, fevereiro, o déficit tinha atingido US$ 61 bilhões e batido o recorde de todos os tempos, o que levou economistas a prever um segundo trimestre difícil. O resultado de março foi provocado principalmente pelo aumento das exportações e pela queda de entrada de têxteis da China e de carros importados.
As exportações subiram 1,5% e atingiram US$ 102,2 bilhões -quarto recorde seguido. Vários setores contribuíram para o desempenho, como o de aviação civil, que saltou 27%.
As importações, que vinham subindo havia meses, tiveram queda de 2,5%, para US$ 157,2 bilhões. Parte do recuo deveu-se a uma diminuição de 21% nas importações de roupas e tecidos chineses. No entanto, os números ainda estão 54% acima de um ano atrás, depois que algumas barreiras comerciais foram derrubadas.
Analistas ficaram divididos sobre o impacto do câmbio na redução do déficit. O dólar está no patamar mais baixo em meses em relação a outras moedas, o que acaba tornando as exportações para os outros países mais "baratas". Mas, apesar do resultado recorde nas vendas, boa parte da queda do déficit deveu-se também à diminuição nas importações chinesas.

Crescimento
Apesar de alguns economistas afirmarem que ainda é cedo para indicar qualquer tendência, o resultado foi recebido de forma positiva. Bancos elevaram suas previsões de crescimento para o segundo trimestre, que estavam contidas em razão de números negativos divulgados semanas atrás. O Morgan Stanley, por exemplo, aumentou sua previsão de 3% para de 3,5% a 3,8%.
Segundo um analista do banco, a diminuição do déficit teve "implicações positivas para o crescimento no primeiro e no segundo trimestres do ano".
Há poucas semanas, o Morgan tinha previsto um resultado ruim de abril a junho, devido ao fraco desempenho de janeiro a março.
Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones terminou o dia em alta de 0,2%. O principal fator para o resultado não foi o anúncio do déficit comercial menor que o esperado, mas a queda nos preços do petróleo. Depois que o governo informou ter reservas maiores que as esperadas, o preço caiu para perto de US$ 50.


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