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ÁGUIA EM TRANSE
Saldo negativo da balança comercial é o mais baixo em seis meses
Exportação reduz déficit dos EUA
PEDRO DIAS LEITE
DE NOVA YORK
O déficit comercial dos Estados
Unidos com os demais países do
mundo caiu 9,2% em março, resultado que surpreendeu os analistas e indicou que a economia
pode estar mais sólida do que se
previa. As importações superaram as exportações norte-americanas em US$ 55 bilhões, o nível
mais baixo em seis meses.
No mês anterior, fevereiro, o déficit tinha atingido US$ 61 bilhões
e batido o recorde de todos os
tempos, o que levou economistas
a prever um segundo trimestre difícil. O resultado de março foi
provocado principalmente pelo
aumento das exportações e pela
queda de entrada de têxteis da
China e de carros importados.
As exportações subiram 1,5% e
atingiram US$ 102,2 bilhões
-quarto recorde seguido. Vários
setores contribuíram para o desempenho, como o de aviação civil, que saltou 27%.
As importações, que vinham
subindo havia meses, tiveram
queda de 2,5%, para US$ 157,2 bilhões. Parte do recuo deveu-se a
uma diminuição de 21% nas importações de roupas e tecidos chineses. No entanto, os números
ainda estão 54% acima de um ano
atrás, depois que algumas barreiras comerciais foram derrubadas.
Analistas ficaram divididos sobre o impacto do câmbio na redução do déficit. O dólar está no patamar mais baixo em meses em
relação a outras moedas, o que
acaba tornando as exportações
para os outros países mais "baratas". Mas, apesar do resultado recorde nas vendas, boa parte da
queda do déficit deveu-se também à diminuição nas importações chinesas.
Crescimento
Apesar de alguns economistas
afirmarem que ainda é cedo para
indicar qualquer tendência, o resultado foi recebido de forma positiva. Bancos elevaram suas previsões de crescimento para o segundo trimestre, que estavam
contidas em razão de números
negativos divulgados semanas
atrás. O Morgan Stanley, por
exemplo, aumentou sua previsão
de 3% para de 3,5% a 3,8%.
Segundo um analista do banco,
a diminuição do déficit teve "implicações positivas para o crescimento no primeiro e no segundo
trimestres do ano".
Há poucas semanas, o Morgan
tinha previsto um resultado ruim
de abril a junho, devido ao fraco
desempenho de janeiro a março.
Na Bolsa de Nova York, o índice
Dow Jones terminou o dia em alta
de 0,2%. O principal fator para o
resultado não foi o anúncio do déficit comercial menor que o esperado, mas a queda nos preços do
petróleo. Depois que o governo
informou ter reservas maiores
que as esperadas, o preço caiu para perto de US$ 50.
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