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São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2003

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DRAGÃO ADORMECIDO

Pesquisa do BC aponta expectativa de IPCA de 9,93%

Mercado já prevê inflação abaixo de 10% em 2003

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pesquisa feita pelo Banco Central entre bancos e empresas de consultoria mostra que a expectativa do mercado para a inflação deste ano é de 9,93%. É a primeira vez desde novembro de 2002 que o levantamento projeta taxa de um dígito para o IPCA de 2003.
O valor representa a média das estimativas de aproximadamente cem analistas consultados pelo BC. A pesquisa mostra que as projeções feitas pelo mercado variam de 8,32% a 11,22%. Isso significa que os mais otimistas dizem acreditar no cumprimento da meta de 8,5% fixada pelo BC para a inflação deste ano.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é o índice usado como referência para as metas de inflação do governo e já acumula alta de 6,85% de janeiro a julho. Para atingir a meta, o IPCA médio, entre agosto e dezembro, teria de ficar próximo de 0,3% ao mês.
Para o ano que vem, a pesquisa do BC mostra que a expectativa do mercado é uma alta de 6,5% para o IPCA, um pouco acima dos 5,5% da meta fixada para 2004, mas ainda dentro da tolerância de 2,5 pontos percentuais.
A queda nas projeções de inflação feitas pelo mercado reflete as elevadas taxas de juros praticadas no primeiro semestre. A pesquisa do BC mostra que, para os analistas, a taxa Selic -hoje em 24,5% ao ano- deve cair para 20% ao ano até dezembro.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária do BC se reúne para decidir se mexe nos juros básicos da economia. Pela pesquisa do BC, a expectativa do mercado é um corte de 1,5 ponto percentual. Quanto menor a projeção de inflação, maiores as chances de o BC reduzir a Selic.
Como reflexo dos juros elevados, porém, as projeções para o crescimento da economia são cada vez menores. A projeção caiu para 1,5%. No início do ano, estava próxima de 2%.
A retração no nível de atividade ajuda a explicar a queda nas projeções de ingresso de investimento direto no país. Com a economia crescendo menos, as empresas que atuam no Brasil têm seus lucros reduzidos e se tornam uma opção menos atraente para os investidores estrangeiros.
No início do ano, o BC chegou a projetar em US$ 16 bilhões o fluxo de capital externo neste ano -próximo dos US$ 16,6 bilhões observados em 2002. Diante de valores menores que o esperado no primeiro semestre, o BC reduziu várias vezes essa estimativa, que chegou a US$ 10 bilhões.
O mercado, porém, espera o ingresso de só US$ 8,5 bilhões de investimentos estrangeiros neste ano. Essa previsão estava em US$ 9 bilhões na pesquisa anterior.
A queda nos investimentos estrangeiros deve ser compensada pelo superávit da balança comercial, projetado em US$ 17,5 bilhões pelo BC e em US$ 17,7 bilhões pelo mercado.


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