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REFEIÇÃO RALA
Arroz, ovo, pratos prontos, café e até água subiram mais que IPCA
Inflação do prato feito supera 10%
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Arroz, feijão, carne, tomate, cebola, farinha, batata, ovo, alface.
Até julho de 2003, os ingredientes
que fazem o prato de todo dia do
brasileiro subiram em média
10,39%, variação bem superior
aos 6,85% da inflação do período.
O arroz e o feijão, dobradinha
campeã na preferência nacional,
aumentaram em média 10,2% no
acumulado dos sete primeiros
meses deste ano, segundo o IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor
Amplo), calculado pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística) e usado como índice
oficial de inflação do país.
O índice só não foi maior porque o preço do feijão despencou
no mês passado. Mas, durante a
primeira metade do ano, o consumidor foi obrigado a conviver
com uma alta acumulada de
15,18% no grão.
O contrafilé recuou 2,32%, mas
os preços de outros alimentos que
recheiam a refeição básica do brasileiro aumentaram: o ovo subiu
17,73% no ano, a farinha de mandioca, 32,96%, e a batata inglesa
acumula alta de 12,18% no ano.
Nem a tradicional salada que
compõe o "prato feito" de milhares de pequenos restaurantes e
bares pelo país escapou das altas.
Apesar da queda de 7,3% no preço da alface, os aumentos do tomate (4,93%) e da cebola
(14,76%) tornaram a entrada da
refeição mais cara.
A alta do tomate também foi
maior no acumulado do primeiro
semestre do ano, quando o produto subiu 17,13% -ele chegou a
ser o "vilão" da inflação de abril.
"O preço de muitas commodities foi pressionado pela alta do
dólar. Além disso, outros tiveram
ainda o peso de uma quebra ou
atraso de safra, caso do tomate e
do arroz", diz Marcela Prada, da
Tendências Consultoria.
Fuga frustrada
É por isso que "fugir" para outras alternativas de pratos, como a
macarronada, não resolveu o problema dos aumentos. A massa de
tomate subiu 16,04% e o ingrediente principal, o macarrão, teve
alta de 2,38%.
Tampouco tentativas de investir
em pratos prontos para escapar
das altas adiantou. Enlatados como carne de boi (16,64%), salsicha (16,11%) e sardinha (24,50%)
estiveram entre os produtos cujo
preço mais subiu ao longo dos últimos meses.
A bebida também ficou mais cara na mesa do brasileiro. O refrigerante acumulou alta de 8,37%
até julho. O suco de frutas, 9,21%.
Nem a água mineral foi uma alternativa melhor, pois seu preço registrou alta de 8,62% neste ano.
Complementos do almoço e do
jantar, como cafezinho e sobremesa, também subiram 18,42% e
6,32% (para doces em geral), respectivamente.
"A tendência agora é de deflação", aponta Prada, da Tendências. Depois, ao comentar os reajustes já acumulados, ela completou: "Mas o consumidor ainda arca com a alta que os produtos básicos tiveram ao longo do ano".
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