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São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2003

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REFEIÇÃO RALA

Arroz, ovo, pratos prontos, café e até água subiram mais que IPCA

Inflação do prato feito supera 10%

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Arroz, feijão, carne, tomate, cebola, farinha, batata, ovo, alface. Até julho de 2003, os ingredientes que fazem o prato de todo dia do brasileiro subiram em média 10,39%, variação bem superior aos 6,85% da inflação do período.
O arroz e o feijão, dobradinha campeã na preferência nacional, aumentaram em média 10,2% no acumulado dos sete primeiros meses deste ano, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e usado como índice oficial de inflação do país.
O índice só não foi maior porque o preço do feijão despencou no mês passado. Mas, durante a primeira metade do ano, o consumidor foi obrigado a conviver com uma alta acumulada de 15,18% no grão.
O contrafilé recuou 2,32%, mas os preços de outros alimentos que recheiam a refeição básica do brasileiro aumentaram: o ovo subiu 17,73% no ano, a farinha de mandioca, 32,96%, e a batata inglesa acumula alta de 12,18% no ano.
Nem a tradicional salada que compõe o "prato feito" de milhares de pequenos restaurantes e bares pelo país escapou das altas. Apesar da queda de 7,3% no preço da alface, os aumentos do tomate (4,93%) e da cebola (14,76%) tornaram a entrada da refeição mais cara.
A alta do tomate também foi maior no acumulado do primeiro semestre do ano, quando o produto subiu 17,13% -ele chegou a ser o "vilão" da inflação de abril.
"O preço de muitas commodities foi pressionado pela alta do dólar. Além disso, outros tiveram ainda o peso de uma quebra ou atraso de safra, caso do tomate e do arroz", diz Marcela Prada, da Tendências Consultoria.

Fuga frustrada
É por isso que "fugir" para outras alternativas de pratos, como a macarronada, não resolveu o problema dos aumentos. A massa de tomate subiu 16,04% e o ingrediente principal, o macarrão, teve alta de 2,38%.
Tampouco tentativas de investir em pratos prontos para escapar das altas adiantou. Enlatados como carne de boi (16,64%), salsicha (16,11%) e sardinha (24,50%) estiveram entre os produtos cujo preço mais subiu ao longo dos últimos meses.
A bebida também ficou mais cara na mesa do brasileiro. O refrigerante acumulou alta de 8,37% até julho. O suco de frutas, 9,21%. Nem a água mineral foi uma alternativa melhor, pois seu preço registrou alta de 8,62% neste ano.
Complementos do almoço e do jantar, como cafezinho e sobremesa, também subiram 18,42% e 6,32% (para doces em geral), respectivamente.
"A tendência agora é de deflação", aponta Prada, da Tendências. Depois, ao comentar os reajustes já acumulados, ela completou: "Mas o consumidor ainda arca com a alta que os produtos básicos tiveram ao longo do ano".


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