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INTEGRAÇÃO
John Taylor reconhece que ainda falta muita negociação, mas afirma que conversas não estão "fora dos trilhos"
Caminho da Alca é longo, diz Tesouro dos EUA
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
O secretário para Assuntos Internacionais do Tesouro norte-americano, John Taylor, disse ontem que "existe um longo caminho pela frente" antes que Brasil e
EUA consigam completar com
sucesso a Alca dentro do prazo
previsto, em janeiro de 2005.
Taylor afirmou discordar da visão do Congresso dos EUA de que
as negociações entre Brasil e EUA
na Alca (Área de Livre Comércio
das Américas) estariam "fora dos
trilhos".
A expressão foi usada em documento interno do Congresso distribuído aos parlamentares americanos no dia 29 de julho.
"Há ainda muitos pontos a serem discutidos e muitas pessoas a
serem ouvidas", disse Taylor à
Folha. "Mas não diria que a Alca
saiu dos trilhos."
Taylor fez, no entanto, uma enfática defesa para que acordos dos
EUA com outros países incluam
cláusulas que garantam a total liberdade de movimento de capitais -tanto para investimentos
diretos como especulativos.
O tema, que faz parte das negociações da Alca no tópico investimentos, é um dos pontos de divergência entre Brasil e EUA.
Embora o Brasil não tenha restrições ao livre movimento de capitais, o país não tem se mostrado
disposto a negociar o assunto diretamente com os EUA e não quer
incluir uma cláusula sobre investimentos no âmbito da Alca.
A estratégia brasileira tem sido
defender que o tema seja tratado
nas negociações da OMC (Organização Mundial do Comércio).
Os EUA, porém, vêm se mostrando dispostos a defender o mesmo
ponto também na OMC.
Os americanos têm cerca de 40
acordos bilaterais firmados com
vários países onde a liberdade de
movimentos de capitais faz parte
dos contratos. "A liberdade de
movimento de capitais é fundamental para estimular os investimentos nos países que se tornam
parceiros comerciais", diz Taylor.
Com as negociações entre Brasil
e EUA em fase de descompasso, a
prioridade americana tem sido
acelerar entendimentos bilaterais
com outros países da América Latina e Caribe. Após ter fechado recentemente um acordo com o
Chile, o próximo país da lista de
negociações é a Colômbia.
Brasil e EUA devem voltar a discutir comércio durante reunião,
no dia 27, em Washington, entre o
secretário do Tesouro americano,
John Snow, e autoridades do Ministério da Fazenda.
O encontro será o primeiro do
chamado "Grupo para o Crescimento", anunciado em 20 de junho, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Casa
Branca.
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