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Salário atrasado é pago com meias
DA REDAÇÃO, EM CAMPINAS
Todos os 110 funcionários da fábrica de meias Aço, instalada em
Jundiaí há 50 anos, receberam os
salários de julho e agosto na forma de 45 mil pares de meias.
Desde o último dia 5, a fábrica
está com sua produção parada
por causa de uma disputa judicial
entre os novos e os antigos proprietários da empresa.
Cerca de 15 funcionários permanecem acampados em frente à
empresa, que fica no km 61 da rodovia Anhanguera. Em protesto,
eles tomaram a guarita de segurança da fábrica.
Segundo o atual diretor-presidente da Aço, Ernesto Chamma
Neto, o pagamento em meias foi
uma exigência dos funcionários,
que estavam com receio de não
receber seus vencimentos.
No mercado, a mercadoria adquirida pelos funcionários vale
hoje pelo menos R$ 75 mil. "É esse
exatamente o valor da minha folha de pagamento", afirmou.
Os funcionários confirmaram a
espécie de confisco da mercadoria. "Estávamos com os salários
atrasados há dois meses e, se não
pegássemos as meias, não iríamos
receber nunca", afirmou Laércio
Afonso Santos, 45, há 23 anos na
Aço. "Nunca vi uma crise dessas."
De acordo com José da Cruz, 40,
o dinheiro arrecadado com a venda das meias só irá cobrir 70% dos
salários atrasados. "Estamos negociando com representantes da
empresa para que eles nos ajudem a vender todo esse material,
mas não está fácil", afirmou Cruz
que trabalha há 19 anos na Aço.
O menor salário para quem trabalha na fábrica é de R$ 334.
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