São Paulo, domingo, 12 de outubro de 2008

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resgate

Alemanha adota intervenção nos bancos

DO ENVIADO ESPECIAL A MADRI

Os 15 países da eurozona (que adotam o euro como moeda comum) parecem prontos para copiar o plano britânico de resgate dos bancos, incluída a estatização parcial de alguns deles, segundo todas as informações prévias à cúpula que realizarão hoje à tarde em Paris.
O governo alemão já se antecipou e, segundo a revista "Der Spiegel", tem pronto pacote de novas garantias para os depósitos bancários, ajudas de liquidez aos bancos e injeção de capital que poderia custar entre 50 bilhões e 100 bilhões.
A indicação mais clara de que esse caminho se generalizará na Europa foi dada pela ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, em entrevista radiofônica: "Vimos o Reino Unido, que está fora da zona euro, fazer propostas nesse sentido e mobilizar 25 bilhões de libras para participar da recapitalização dos bancos. Suponho que essa seja uma das pistas [da reunião]", disse. Lagarde foi a autora, na semana passada, de um balão de ensaio: criar um fundo comum europeu em torno de 300 bilhões para os bancos. Esse plano foi esvaziado pela Alemanha, porém o cenário mudou após o novo derretimento nas Bolsas.
Ao contrário do pacote americano, o plano europeu buscaria capitalizar os bancos, até porque a contaminação por papéis podres na Europa é menor.
Resta saber se o modelo britânico é estabilizador. Paul Krugman, economista-estrela, acha que sim. Elogiou a iniciativa do governo Gordon Brown, em artigo publicado ontem pela Folha.
No entanto, o pacote de Brown não foi suficiente para conter a sangria na Bolsa britânica durante a semana. Ela caiu 20,73%, mais até que a de Nova York (18,79%). Mas as turbulências nas Bolsas não são o foco central dos governos. O problema é a secura do crédito, inclusive entre bancos, por falta de confiança, que pode ser minimamente restabelecida com uma injeção de capital.
A decisão que os 15 da eurozona vierem a adotar hoje será certamente estendida ao conjunto dos 27 países da União Européia. O que acontece, se não houver algo forte e coordenado? "A economia mundial passará pela sua pior queda desde a Grande Depressão", afirmou Krugman, ontem no artigo.

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