São Paulo, segunda, 12 de outubro de 1998

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Rede poderá exportar soja para Europa

da Reportagem Local

O Carrefour pode abrir mais uma frente de negócios no Brasil: a exportação. Segundo o superintendente da rede, Jean Duboc, a empresa quer vender soja produzida nas fazendas brasileiras para os fabricantes de produtos alimentícios na Europa.
O objetivo da empresa francesa é garantir a venda, nos supermercados, de produtos com origem controlada. O que está no centro das preocupações do Carrefour é a produção de alimentos alterados geneticamente.
O Brasil é um dos últimos países com vocação agrícola que ainda não autorizou o investimento nos chamados produtos transgênicos. A produção brasileira de soja, sem alteração genética, seria vendida pelo Carrefour aos fabricantes de alimentos que usam o grão como matéria-prima.
"Infelizmente, o governo brasileiro está estudando a possibilidade de autorizar os produtos transgênicos. Queremos garantir pelo menos a possibilidade de comprar no Brasil a soja que não tenha sido geneticamente alterada."
O Carrefour já está negociando com fazendeiros brasileiros a garantia de fornecimento de soja tradicional, mesmo que o governo aprove a produção transgênica. "É difícil prever, mas podemos começar a exportação com 300 mil toneladas de soja por ano", diz Duboc. "A venda de soja que não foi alterada é uma boa oportunidade para o país."
A idéia de garantir a fabricação de produtos que não usem como matéria-prima plantas alteradas geneticamente é uma medida de prudência, segundo o superintendente do Carrefour brasileiro. "Os produtores podem dizer que a alteração genética não causa problemas, mas o problema é que não sabemos exatamente quais são as consequências desse método." (RG e FF)



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