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CONJUNTURA
Queda, a 4ª consecutiva, é expressiva porque no 3º trimestre setor se prepara para o fim de ano, diz IBGE
Produção industrial cai 2,4% em setembro
da Sucursal do Rio
A produção industrial brasileira
caiu 2,4% de agosto para setembro, já descontada a influência da
sazonalidade, revelou ontem pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística).
Setembro foi o quarto mês consecutivo em que o IBGE registrou
recuo na produção industrial. Se
comparada com setembro do ano
passado, a queda na produção
atinge 6%.
A pesquisa revela que, até julho
deste ano, a indústria brasileira
produzia pouco menos que o registrado no mesmo período do ano
passado, com reduções de 0,5% no
primeiro trimestre e 0,9% no segundo trimestre.
No terceiro trimestre, porém, a
queda na produção bateu em 2,9%,
em relação ao mesmo período de
97. O resultado é importante porque é exatamente no terceiro trimestre que a indústria começa a se
preparar para atender à demanda
do final do ano.
No acumulado deste ano, a queda na produção industrial chega a
1,5% em relação aos nove primeiros meses de 1999. Nos últimos 12
meses, a queda é de 1,1%, a primeira redução de um resultado acumulado em 12 meses desde novembro de 1996.
De agosto para setembro, o segmento de bens de capital registrou
recuo de 3,3% na produção, e o de
bens intermediários, de 2,8%. A
produção de bens semiduráveis e
não-duráveis teve redução de 1,8%
nesse período.
Só a área de bens duráveis registrou aumento de agosto para setembro: 0,2%. Em relação a setembro de 97, contudo, a queda na
produção de duráveis é de 23,8%.
De setembro de 97 a setembro
deste ano, os piores desempenhos
foram registrados pelas indústrias
de material de transporte (19,5%),
de material elétrico e comunicação
(19,9%), metalúrgica (5,6%) e mecânica (7,3%).
A indústria automobilística teve
queda de 19,5% na produção este
ano. No mesmo período, a indústria de eletrodomésticos registrou
queda de 27,5% na produção.
Pacote fiscal
O empresário argentino Francisco Macri, presidente do grupo Macri, disse ontem, em Porto Alegre,
que o pacote fiscal recentemente
lançado pelo governo federal é "inteligente" e que o Brasil vai crescer
"pelo menos" 2% em 1999.
Macri é o principal gerador de
empregos da Argentina, com 26
mil funcionários trabalhando nos
setores alimentício, de infra-estrutura e de telecomunicações.
No Brasil, tem 12 mil empregados. Em 1997, adquiriu a indústria
de massas Isabela, no Rio Grande
do Sul. Também no ano passado,
venceu a concorrência para a concessão do Correo Argentino, o que
agregou US$ 600 milhões ao faturamento da empresa e a dotou de
mais 20 mil colaboradores.
Com isso, Macri destoa da UIA
(União Industrial Argentina), que
prevê retração brasileira e diminuição nas exportações argentinas. Para ela, 70% dos argentinos
que trabalham com o mercado
brasileiro estão em perigo.
Macri justifica seu otimismo em
relação ao Brasil em razão do incremento da capacidade de consumo da população brasileira e das
privatizações. "Já nos primeiros
meses de 1999 teremos esquecido a
crise mundial", disse.
Colaborou a Agência Folha, em Porto Alegre
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