São Paulo, quinta, 12 de novembro de 1998

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CONJUNTURA
Queda, a 4ª consecutiva, é expressiva porque no 3º trimestre setor se prepara para o fim de ano, diz IBGE
Produção industrial cai 2,4% em setembro

da Sucursal do Rio

A produção industrial brasileira caiu 2,4% de agosto para setembro, já descontada a influência da sazonalidade, revelou ontem pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Setembro foi o quarto mês consecutivo em que o IBGE registrou recuo na produção industrial. Se comparada com setembro do ano passado, a queda na produção atinge 6%.
A pesquisa revela que, até julho deste ano, a indústria brasileira produzia pouco menos que o registrado no mesmo período do ano passado, com reduções de 0,5% no primeiro trimestre e 0,9% no segundo trimestre.
No terceiro trimestre, porém, a queda na produção bateu em 2,9%, em relação ao mesmo período de 97. O resultado é importante porque é exatamente no terceiro trimestre que a indústria começa a se preparar para atender à demanda do final do ano.
No acumulado deste ano, a queda na produção industrial chega a 1,5% em relação aos nove primeiros meses de 1999. Nos últimos 12 meses, a queda é de 1,1%, a primeira redução de um resultado acumulado em 12 meses desde novembro de 1996.
De agosto para setembro, o segmento de bens de capital registrou recuo de 3,3% na produção, e o de bens intermediários, de 2,8%. A produção de bens semiduráveis e não-duráveis teve redução de 1,8% nesse período.
Só a área de bens duráveis registrou aumento de agosto para setembro: 0,2%. Em relação a setembro de 97, contudo, a queda na produção de duráveis é de 23,8%.
De setembro de 97 a setembro deste ano, os piores desempenhos foram registrados pelas indústrias de material de transporte (19,5%), de material elétrico e comunicação (19,9%), metalúrgica (5,6%) e mecânica (7,3%).
A indústria automobilística teve queda de 19,5% na produção este ano. No mesmo período, a indústria de eletrodomésticos registrou queda de 27,5% na produção.

Pacote fiscal
O empresário argentino Francisco Macri, presidente do grupo Macri, disse ontem, em Porto Alegre, que o pacote fiscal recentemente lançado pelo governo federal é "inteligente" e que o Brasil vai crescer "pelo menos" 2% em 1999.
Macri é o principal gerador de empregos da Argentina, com 26 mil funcionários trabalhando nos setores alimentício, de infra-estrutura e de telecomunicações.
No Brasil, tem 12 mil empregados. Em 1997, adquiriu a indústria de massas Isabela, no Rio Grande do Sul. Também no ano passado, venceu a concorrência para a concessão do Correo Argentino, o que agregou US$ 600 milhões ao faturamento da empresa e a dotou de mais 20 mil colaboradores.
Com isso, Macri destoa da UIA (União Industrial Argentina), que prevê retração brasileira e diminuição nas exportações argentinas. Para ela, 70% dos argentinos que trabalham com o mercado brasileiro estão em perigo.
Macri justifica seu otimismo em relação ao Brasil em razão do incremento da capacidade de consumo da população brasileira e das privatizações. "Já nos primeiros meses de 1999 teremos esquecido a crise mundial", disse.


Colaborou a Agência Folha, em Porto Alegre


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