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MERCADO FINANCEIRO
Investidor espera para hoje novo presidente do Banco Central; Bolsa sobe 2,73% e risco-país cai 1,1%
Com Palocci e Bradesco, dólar cai 0,79%
DA REPORTAGEM LOCAL
As primeiras declarações do futuro ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, agradaram ao
mercado financeiro.
Além de anunciar que o nome
do novo presidente do Banco
Central será divulgado hoje, Palocci manteve um discurso de
acordo com as expectativas do
mercado, segundo avaliação de
Maurício Zanella, do Lloyds TSB.
"O discurso dele se mostrou em
linha com a atual direção da política monetária brasileira, como o
comprometimento com o controle inflacionário", afirma.
O dólar caiu 0,79% e fechou valendo R$ 3,775. Zanella afirma
que a captação de US$ 175 milhões em eurobônus feita pelo
Bradesco também serviu para
animar os investidores.
"Pode significar o início da volta
do crédito ao Brasil." Ele avalia,
ainda, que as taxas da operação
foram bastante satisfatórias.
A Bovespa subiu 2,73% e teve
bom giro financeiro, de R$
713,136 milhões. O risco-país caiu
1,1%, para 1.627 pontos.
Nos últimos dias, o mercado
utilizou como desculpa para a alta
da cotação do dólar a demora do
PT em anunciar o nome do novo
presidente do BC. O mais cotado,
segundo o mercado, é o do economista Pedro Bodin.
O temor era que o governo Lula
estivesse encontrando dificuldades para formar sua equipe.
Além dessa preocupação, o
mercado deseja saber quem será o
seu interlocutor daqui por diante.
A forma de atuar do PT ainda é
desconhecida, e o mercado procurava saber o nome para ter indícios de como será a nova administração. "A avaliação é que se o
cargo for ocupado por alguém do
mercado, indicará que o Banco
Central terá uma forma de atuação mais independente do que se
for pilotado por uma pessoa ligada ao PT", diz José Alberto Tovar,
da ARX Capital Management.
O dia positivo também se refletiu nas negociações na BM&F
(Bolsa de Mercadorias & Futuros). Os contratos para abril de
2003, os mais negociados, fecharam projetando juros de 26,75%,
contra 27,12% de anteontem.
No curto prazo, no entanto,
houve pequena alta da taxa. O DI
de janeiro passou de 23,35% para
23,49%.
O mercado acredita que o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC irá elevar os juros brasileiros na semana que vem.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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