São Paulo, quinta-feira, 12 de dezembro de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Investidor espera para hoje novo presidente do Banco Central; Bolsa sobe 2,73% e risco-país cai 1,1%

Com Palocci e Bradesco, dólar cai 0,79%

DA REPORTAGEM LOCAL

As primeiras declarações do futuro ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, agradaram ao mercado financeiro.
Além de anunciar que o nome do novo presidente do Banco Central será divulgado hoje, Palocci manteve um discurso de acordo com as expectativas do mercado, segundo avaliação de Maurício Zanella, do Lloyds TSB.
"O discurso dele se mostrou em linha com a atual direção da política monetária brasileira, como o comprometimento com o controle inflacionário", afirma.
O dólar caiu 0,79% e fechou valendo R$ 3,775. Zanella afirma que a captação de US$ 175 milhões em eurobônus feita pelo Bradesco também serviu para animar os investidores.
"Pode significar o início da volta do crédito ao Brasil." Ele avalia, ainda, que as taxas da operação foram bastante satisfatórias.
A Bovespa subiu 2,73% e teve bom giro financeiro, de R$ 713,136 milhões. O risco-país caiu 1,1%, para 1.627 pontos.
Nos últimos dias, o mercado utilizou como desculpa para a alta da cotação do dólar a demora do PT em anunciar o nome do novo presidente do BC. O mais cotado, segundo o mercado, é o do economista Pedro Bodin.
O temor era que o governo Lula estivesse encontrando dificuldades para formar sua equipe.
Além dessa preocupação, o mercado deseja saber quem será o seu interlocutor daqui por diante. A forma de atuar do PT ainda é desconhecida, e o mercado procurava saber o nome para ter indícios de como será a nova administração. "A avaliação é que se o cargo for ocupado por alguém do mercado, indicará que o Banco Central terá uma forma de atuação mais independente do que se for pilotado por uma pessoa ligada ao PT", diz José Alberto Tovar, da ARX Capital Management.
O dia positivo também se refletiu nas negociações na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). Os contratos para abril de 2003, os mais negociados, fecharam projetando juros de 26,75%, contra 27,12% de anteontem.
No curto prazo, no entanto, houve pequena alta da taxa. O DI de janeiro passou de 23,35% para 23,49%.
O mercado acredita que o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC irá elevar os juros brasileiros na semana que vem.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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