São Paulo, sábado, 12 de dezembro de 2009

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Otimismo do consumidor bate recorde

Índice que avalia expectativa de renda e propensão de compra, entre outros, é o maior da série histórica

EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com a perspectiva de começar 2010 superando sem grandes perdas a maior crise financeira das últimas décadas, o otimismo dos consumidores brasileiros já é maior do que antes do baque na economia. De acordo com dados do Inec (Índice Nacional de Expectativas dos Consumidores), medido trimestralmente pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), a confiança das classes compradoras cresceu 1,5% no último período de 2009 e chegou ao maior nível da série histórica, iniciada em 2001.
"A crise não foi tão séria quanto se previu em janeiro e geralmente no fim do ano as pessoas são mesmo mais otimistas, o que impulsiona o indicador", afirmou o gerente-executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca. Segundo ele, o terceiro aumento consecutivo no indicador reflete o fato de a crise ter se concentrado mais fortemente na indústria, enquanto os setores de comércio e serviços conseguiram se restabelecer antes.
Além disso, ressaltou, a renda dos trabalhadores no geral foi pouco afetada durante o abalo financeiro, e as medidas de estímulo ao consumo garantiram que a demanda interna continuasse aquecida. "Para a maioria das pessoas o período de crise não foi ruim. E para quem foi, no caso da indústria, já está ficando melhor", disse Fonseca.
O crescimento do Inec foi puxado pelas variáveis que avaliam as expectativas de renda pessoal e a propensão de compras de bens de maior valor. Isso porque, com a perspectiva de manutenção ou melhoria do nível dos salários, os consumidores podem planejar novos endividamentos de longo prazo.
Já as variáveis que medem as estimativas sobre a inflação e o emprego em 2010 ficaram ligeiramente piores do que no trimestre anterior. Para Fonseca, a variação foi apenas uma acomodação após um período de crescimento do otimismo. "Ocorreu um ajuste pequeno. Mas se a reação se repetir com mais intensidade nos trimestres seguintes, pode afetar outros indicadores, como o de compras", ponderou.
A pesquisa foi realizada pelo Ibope no final de novembro, com as perspectivas de 2.002 pessoas para o próximo ano. Segundo Fonseca, os dados coletados podem influir na avaliação dos empresários em relação ao futuro. Se por um lado já notam o otimismo na demanda atual, ao conhecer as intensões dos consumidores os industriais tendem a ganhar uma nova injeção de ânimo.


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