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Otimismo do consumidor bate recorde
Índice que avalia expectativa de renda e propensão de compra, entre outros, é o maior da série histórica
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com a perspectiva de começar 2010 superando sem grandes perdas a maior crise financeira das últimas décadas, o otimismo dos consumidores brasileiros já é maior do que antes
do baque na economia. De
acordo com dados do Inec (Índice Nacional de Expectativas
dos Consumidores), medido
trimestralmente pela CNI
(Confederação Nacional da Indústria), a confiança das classes
compradoras cresceu 1,5% no
último período de 2009 e chegou ao maior nível da série histórica, iniciada em 2001.
"A crise não foi tão séria
quanto se previu em janeiro e
geralmente no fim do ano as
pessoas são mesmo mais otimistas, o que impulsiona o indicador", afirmou o gerente-executivo de Pesquisa da CNI,
Renato da Fonseca. Segundo
ele, o terceiro aumento consecutivo no indicador reflete o fato de a crise ter se concentrado
mais fortemente na indústria,
enquanto os setores de comércio e serviços conseguiram se
restabelecer antes.
Além disso, ressaltou, a renda dos trabalhadores no geral
foi pouco afetada durante o
abalo financeiro, e as medidas
de estímulo ao consumo garantiram que a demanda interna
continuasse aquecida. "Para a
maioria das pessoas o período
de crise não foi ruim. E para
quem foi, no caso da indústria,
já está ficando melhor", disse
Fonseca.
O crescimento do Inec foi
puxado pelas variáveis que avaliam as expectativas de renda
pessoal e a propensão de compras de bens de maior valor. Isso porque, com a perspectiva de
manutenção ou melhoria do nível dos salários, os consumidores podem planejar novos endividamentos de longo prazo.
Já as variáveis que medem as
estimativas sobre a inflação e o
emprego em 2010 ficaram ligeiramente piores do que no trimestre anterior. Para Fonseca,
a variação foi apenas uma acomodação após um período de
crescimento do otimismo.
"Ocorreu um ajuste pequeno.
Mas se a reação se repetir com
mais intensidade nos trimestres seguintes, pode afetar outros indicadores, como o de
compras", ponderou.
A pesquisa foi realizada pelo
Ibope no final de novembro,
com as perspectivas de 2.002
pessoas para o próximo ano.
Segundo Fonseca, os dados coletados podem influir na avaliação dos empresários em relação ao futuro. Se por um lado já
notam o otimismo na demanda
atual, ao conhecer as intensões
dos consumidores os industriais tendem a ganhar uma nova injeção de ânimo.
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