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Emprego na
indústria de SP
tem queda recorde
FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE
Pressionada por taxas de juros elevadas e um câmbio desfavorável às exportações, a indústria paulista demitiu 45.818
funcionários em dezembro, o
que reduziu o nível de emprego
em 2,16%. Foi o pior resultado
mensal registrado desde janeiro de 2000, quando a pesquisa
da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)
começou a ser feita. Trata-se
também do pior dezembro da
história, superando o tombo de
2,14% registrado em 2003.
"Dezembro é um mês sazonalmente de queda. O que surpreende é a dimensão da queda", disse o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos
Econômicos da Fiesp, Paulo
Francini. Para ele, a retração recorde do último mês reflete os
efeitos da política econômica
sobre a atividade industrial. "A
economia teve uma taxa de
crescimento ridícula, que fez
com que a indústria e o emprego industrial tivessem um desempenho igualmente ridículos. A política econômica exagerada gerou um crescimento
medíocre."
Por conta da queda recorde
de dezembro, a desaceleração
no nível de emprego de 2005
veio mais forte do esperado pela Fiesp. No ano passado, o nível de emprego registrou uma
alta de 2,4%, com a geração de
48.419 vagas. Esse volume representa uma queda de 66,5%
em relação a 2004, quando a indústria paulista criou 144.487
postos de trabalho, o que resultou numa alta de 7,45% no nível de emprego.
Apesar de ficar abaixo das
previsões da Fiesp -que até
novembro esperava alta de 3%
no nível de emprego, ou criação de 60 mil postos de trabalho-, Francini disse que não
se surpreendeu com o baixo
desempenho de 2005. Entre as
principais críticas da entidade à
política do governo estão os juros elevados e o dólar depreciado, que derrubaram o nível de
atividade, os investimentos e as
exportações. "Quando falta
vento, uma hora o papagaio
cai. O decréscimo da atividade
industrial acabou afetando o
emprego", disse Francini.
A Fiesp espera por uma recuperação do emprego em janeiro. "Janeiro é sazonalmente um
mês de recuperação. Após o
ajuste de dezembro, as empresas voltam a contratar em janeiro", afirmou Francini.
Segundo ele, o comportamento do emprego industrial
em 2006 dependerá muito do
"rigor e ortodoxia do Banco
Central". A pesquisa da Fiesp
considera os dados de 47 sindicatos patronais. Com base nos
dados, a Fiesp avalia as participações setoriais e por porte das
empresas no resultado da pesquisa de emprego industrial.
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