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TELEFONIA CELULAR
Brasil Telecom, Telemig e Amazônia Celular fariam 5º grande grupo
Três teles devem unir suas operações
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil entrou definitivamente
em um processo de consolidação
de grandes grupos de telefonia celular. O presidente da Telemig Celular (operadora de Minas Gerais), João Cox, afirmou ontem
que sua empresa, a Brasil Telecom e a Amazônia Celular (operadora no Norte do país) devem
iniciar operações em conjunto já
neste ano.
A aliança, que pode se tornar
uma joint venture, criaria o quinto grande conglomerado de telefonia celular do país. Sua área de
cobertura seria de 15 Estados das
cinco regiões do país.
A parceria permitiria concorrer
com os outros quatro grandes
grupos do setor já em atividade
no Brasil: BrasilCel (controlada
por Portugal Telecom e Telefónica), Telecom Americas (América
Móvil), TIM (Telecom Italia Mobile) e Oi (Telemar).
"Esperamos trabalhar em sinergia com a Brasil Telecom já neste
ano", disse Cox. Para especialistas, as fusões e parcerias de operadoras reduzem custos e podem
beneficiar o consumidor. Ao trabalhar com mais clientes, as operadoras têm condições de oferecer celulares mais baratos e conquistar usuários das classes D e E,
os menos beneficiados pela privatização da telefonia no Brasil.
Concorrência
A Telemig Celular e a Amazônia
Celular (que opera em RR, AM,
PA, MA e AP) têm juntas 2,8 milhões de clientes. Abaixo dos 16,8
milhões da BrasilCel ou dos 5,2
milhões da Telecom Americas. O
trunfo da nova parceria, no entanto, seria a entrada da operadora de telefonia fixa Brasil Telecom
no ramo de celulares.
A Brasil Telecom atualmente
trabalha com telefonia fixa e
transmissão de dados, mas comprou da Anatel (Agência Nacional
de Telecomunicações) três licenças para operar com celulares. Pagou R$ 191,5 milhões pelos contratos, que permitirão à empresa
operar terminais em dez Estados.
A Brasil Telecom afirmou ontem que inicia as operações nos
Estados onde conseguiu as licenças já no segundo semestre deste
ano. A empresa ainda não escolheu que tecnologia irá usar (GSM
ou CDMA). Isso apesar de a Anatel ter determinado que suas licenças são para operar em 1,8 gigahertz, o que implicaria a adoção
do GSM.
A Brasil Telecom, no entanto,
pediu para a agência rever a decisão, a fim de lhe dar a opção de escolher também a tecnologia
CDMA (que teria de ser usada em
1,9 gigahertz). A Anatel disse ontem que estuda o caso. O impasse
entre a Brasil Telecom e a Anatel
parece se refletir na Telemig Celular e na Amazônia Celular. Apesar
de pretenderem trocar sua tecnologia TDMA, ainda não optaram
por GSM ou CDMA.
Os fabricantes das duas tecnologias, que têm maior capacidade
de transmissão que o TDMA e
permitem aos celulares transmitir
fotos, por exemplo, têm disputado com voracidade o mercado
brasileiro. A BrasilCel, por exemplo, trabalha atualmente na maioria dos Estados com CDMA. Já a
TIM e a Oi utilizam o GSM.
Segundo Cox, os preços de venda de redes de infra-estruturas
das duas tecnologias têm caído
quase pela metade nos últimos
meses. "Em março teremos definido nossa opção tecnológica."
Queda no lucro
A Telemig Celular encerrou o
ano passado com um lucro de R$
68 milhões, uma retração em relação aos R$ 90 milhões de 2001. A
receita, no entanto, aumentou de
R$ 869 milhões para R$ 947 milhões. "Nosso lucro diminuiu
porque boa parte da nossa dívida
de R$ 955 milhões está em dólar",
afirmou Cox.
A Amazônia Celular aumentou
seu prejuízo no ano passado.
Amargou perdas de R$ 24 milhões, acima do prejuízo de R$ 6,6
milhões de 2001. O faturamento,
que foi de R$ 512 milhões em
2001, caiu para R$ 454 milhões.
Segundo a empresa, a queda se
deve à maior concorrência.
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