|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BANCOS
Resultado foi de R$ 1,052 bi
Com real forte, lucro do Unibanco cresce só 4%
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A valorização do real em 2003
pegou o Unibanco de surpresa,
contribuindo para que seu resultado final no ano tenha sido pior
do que o esperado. O lucro líquido do banco foi de R$ 1,052 bilhão, ou 4% acima do R$ 1,01 bilhão de 2002 -os dirigentes da
instituição projetavam aumento
de cerca de 20%.
A razão para o lucro inferior ao
esperado foi o pagamento extra
de R$ 215 milhões em impostos
por conta de uma operação de
proteção cambial feita para preservar os investimentos do banco
no exterior dos efeitos da valorização do real.
O Unibanco acabou tendo uma
receita com essa operação, chamada hedge, que não pode ser deduzida, daí o pagamento do imposto. Esse movimento já havia
influenciado os lucros trimestrais
da instituição em 2003.
"Nossa expectativa no início de
2003 era de um lucro maior porque trabalhávamos com a expectativa de câmbio estável", afirmou
Geraldo Travaglia, diretor-executivo do Unibanco.
Apesar disso, o resultado operacional do banco -termômetro
do desempenho das atividades de
uma instituição- foi, em 2003,
76% superior ao registrado no
ano anterior, atingindo R$ 1,906
bilhão. Contribuíram para isso a
queda de 20,8% no volume de
provisões para possíveis perdas
com inadimplência e a expansão
de 8,5% das receitas de serviços.
"O resultado operacional foi
muito influenciado pela queda
nas despesas com provisão e pela
expansão da receita com tarifas",
afirma Travaglia.
Segundo o diretor do Unibanco,
a captação líquida de recursos pelos fundos de investimento da
instituição -que gera receitas-
aumentou 47% no ano passado. A
instituição também conseguiu
ampliar a venda de produtos ligados à previdência privada.
Em 2003, a carteira de crédito
do Unibanco se expandiu apenas
4,4%. Para este ano, o banco espera crescimento entre 25% e 30%
nas operações de financiamento.
Despesa preocupa
A maior preocupação do banco
agora está ligada ao aumento dos
gastos. Em 2003, as despesas com
pessoal subiram 7,6%. Embora
esse crescimento tenha sido inferior à inflação de 9,3% medida pelo IPCA no período, Travaglia explica que a tendência é que as instituições financeiras continuem
tendo aumento de despesas por
conta dos reajustes com base em
índices passados. Por outro lado,
diz ele, receitas como as de operações com títulos tendem a cair em
conseqüência da queda dos juros.
"Os bancos terão de ficar atentos
a isso neste ano", diz.
Em relação às privatizações de
bancos públicos, Travaglia disse
que o Unibanco tem grande interesse no Besc (Banco do Estado de
Santa Catarina) e no BEC (Banco
do Estado do Ceará). Disse ainda
que o banco mantém grande interesse na aquisição de financeiras.
Texto Anterior: Famílias não pensam em gastar mais Próximo Texto: Conjuntura: Micro e pequenas têm ganho menor Índice
|