|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONJUNTURA
Faturamento cai 14,2%, e pessoal ocupado, 2% em 2003, diz Sebrae-SP
Micro e pequenas têm ganho menor
DA REDAÇÃO
As micro e pequenas empresas
paulistas encerraram 2003 com
uma queda de 14,2% no faturamento real em relação ao ano anterior. O desempenho foi pior do
que o registrado pela indústria e
pelo comércio do Estado.
Foi a terceira queda consecutiva, de acordo com o Sebrae-SP
(Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo).
Em 2002, último ano do governo
de Fernando Henrique Cardoso,
o faturamento caíra 13,1%.
O setor industrial paulista registrou alta nas vendas reais de 2,9%,
segundo dados da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo). Já o comércio teve um
faturamento menor em 2003 em
relação ao ano anterior (-3,8%),
divulgou a Fecomercio SP.
O pessoal ocupado e a folha de
pagamento das MPEs (micro e
pequenas empresas) também tiveram perdas: o primeiro caiu
2%, e o segundo, 10%. Mas foram
menores do que as de 2002, quando o pessoal ocupado caiu 11,8%,
e a folha de salários, 16,9%.
Na discriminação dos três itens
por setores de atividade, verifica-se que a queda no faturamento
real foi menor entre as MPEs do
setor industrial (-9,4%) do que as
do comércio (-16,2%) e as do ramo de serviços (-16,6%).
As MPEs industriais ainda registraram uma queda maior no
nível de emprego (-5%), ante reduções de 0,3% das do comércio e
de 1,6% das de serviços.
No entanto, segundo o Sebrae-SP, por conta de um achatamento
nos salários dos empregados dos
dois últimos setores, a variação
negativa da folha de pagamento
foi semelhante entre as MPEs da
indústria (-10,4%), do comércio
(-11,4%) e de serviços (-8%).
O desempenho negativo das
MPEs está associado a um contexto de consumo interno retraído, devido às elevadas taxas de juros praticadas ao longo de 2003 e
à queda do poder de compra do
trabalhador, diz o Sebrae-SP.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
o rendimento médio real do trabalhador caiu 12,5% em 2003.
Para 2003, o Banco Central prevê expansão do PIB (Produto Interno Bruto) de apenas 0,3%.
"Quando se olham o panorama
de estagnação da economia e o fechamento das pequenas e médias
empresas, você vê o empobrecimento da sociedade como um todo. Devem ser criadas condições
para que a maioria possa voltar à
formalidade, a fim de evitar esse
processo que vemos de aumento
das assimetrias", afirmou Alencar
Burti, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-SP.
Entraves
Uma sondagem de opinião do
Sebrae-SP com 450 MPEs, realizada em novembro, apontou que,
para 38% dos entrevistados, de fato a queda no consumo foi a principal dificuldade enfrentada no
ano passado -assim como em
2002. A seguir ficou o pagamento
de impostos, com 17%. Este item
havia sido somente o quinto mais
citado no ano anterior.
O Sebrae-SP também preparou
um levantamento sobre os três
itens nos últimos cinco anos, o segundo mandato inteiro de FHC e
o primeiro ano do governo de
Luiz Inácio Lula da Silva.
Desde 1999, as micro e pequenas empresas paulistas perderam
44% do faturamento e tiveram redução de 12% do nível de emprego. Os gastos com a folha de pagamento caíram 30% no período.
(MARCELO SAKATE)
Texto Anterior: Bancos: Com real forte, lucro do Unibanco cresce só 4% Próximo Texto: Leite derramado: Justiça pede quebra de sigilo na Parmalat Índice
|