DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As remessas de dólares para o exterior mais que dobraram no mês passado, segundo dados do Banco Central. Em fevereiro, US$ 392 milhões deixaram o país pelas CC-5 (contas de não-residentes), valor 123% maior do que o registrado em janeiro.
Quando se compara esses números com o resultado do início do ano passado, porém, nota-se um pequeno recuo. Nos primeiros dois meses de 2002, as remessas feitas pelas CC-5 somaram US$ 620 milhões. Entre janeiro e fevereiro deste ano, o total foi de US$ 567 milhões.
A CC-5 é o instrumento mais utilizado para o envio de dólares para o exterior em momentos de crise. Por esse mecanismo, não é preciso explicar ao BC os motivos da remessa. Outros instrumentos disponibilizados pelo BC exigem que, no momento da remessa, os envolvidos na transação expliquem seus motivos -pagamento de dívidas, investimentos no exterior ou gastos com viagens internacionais, entre outros.
Assim, a CC-5 funciona como um termômetro da confiança dos investidores no país. No ano passado, com os temores do mercado em relação ao resultado das eleições presidenciais, as saídas pelas CC-5 atingiram níveis recordes. Só em outubro, mês do pleito, US$ 1,725 bilhão deixou o país. O BC considera normal que o fluxo fique em torno de US$ 300 milhões por mês.
Quanto maiores as remessas, menor é a quantidade de dólares em circulação no país, o que pressiona a cotação da moeda.


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