UOL


São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CURTO-CIRCUITO

Débitos da Eletropaulo e da SEB se somam ao US$ 1,131 bilhão devido pela AES Elpa e pela AES Transgás

Dívida da AES com BNDES chega a US$ 2 bi

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

As empresas controladas pelo grupo AES no Brasil devem ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) US$ 1,987 bilhão (R$ 6,89 bilhões pela cotação de ontem).
Além do US$ 1,131 bilhão que vinha sendo noticiado -US$ 527 milhões devidos pela AES Elpa, controladora do capital votante da Eletropaulo, e US$ 604 milhões pela AES Transgás, dona de 64,5% do capital da distribuidora paulista-, a SEB (Southern Electric Participações Ltda.), da qual a AES detém 65,5% do capital, deve ao banco US$ 655 milhões. E a própria Eletropaulo deve R$ 691 milhões, equivalentes a US$ 201 milhões pelo câmbio de ontem.
A SEB é a empresa formada pela AES, a Myrant (antiga Southern Electric) e o banco Opportunity que controla 33% do capital votante da Cemig, distribuidora estatal de energia de Minas Gerais.
Das quatro dívidas, só a da Eletropaulo não tem correção cambial. Ela representa o saldo a pagar de um total de R$ 1 bilhão recebido no ano passado pela distribuidora como antecipação de receita para compensar perdas causadas pelo racionamento de luz.
Segundo informação da própria Eletropaulo, o pagamento desse empréstimo está inteiramente em dia. De março do ano passado até ontem, de acordo com a empresa, foram pagos R$ 309 milhões.
O empréstimo da SEB, no valor inicial de US$ 526,5 milhões (na época, R$ 565 milhões), foi feito em maio de 1997, quando a empresa de participações adquiriu 33% das ações ordinárias da Cemig. O financiamento tinha cláusula de correção cambial e prazo para pagamento de dez anos.
Houve renegociações ao longo dos últimos anos, mas não há inadimplência formal, segundo a Folha apurou. Segundo a AES, a dívida somava US$ 655 milhões (R$ 2,27 bilhões, ontem) no final de setembro de 2002, dos quais US$ 57 milhões (R$ 198 milhões) venceriam neste ano. A garantia do empréstimo são as ações da Cemig que foram compradas em 97.
O BNDES não fornece informações sobre a dívida da SEB, sob a alegação de sigilo bancário. O banco também não fornece informações sobre o destino dos débitos da AES Elpa e da AES Transgás. Nestes, o grupo norte-americano está inadimplente em um total de US$ 415 milhões.
Segundo a Folha apurou, o BNDES aguarda proposta global da AES para solucionar os débitos da Elpa e da Transgás. Se não houver solução, as ações preferenciais da Eletropaulo, que garantem o empréstimos da AES Transgás, deverão ir a leilão.


Texto Anterior: Fuga: Remessas pelas contas CC-5 voltam a crescer
Próximo Texto: Governo dos EUA diz que vai apoiar empresa
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.