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CURTO-CIRCUITO
Débitos da Eletropaulo e da SEB se somam ao US$ 1,131 bilhão devido pela AES Elpa e pela AES Transgás
Dívida da AES com BNDES chega a US$ 2 bi
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
As empresas controladas pelo
grupo AES no Brasil devem ao
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) US$ 1,987 bilhão (R$ 6,89 bilhões pela cotação de ontem).
Além do US$ 1,131 bilhão que
vinha sendo noticiado -US$ 527
milhões devidos pela AES Elpa,
controladora do capital votante
da Eletropaulo, e US$ 604 milhões
pela AES Transgás, dona de
64,5% do capital da distribuidora
paulista-, a SEB (Southern Electric Participações Ltda.), da qual a
AES detém 65,5% do capital, deve
ao banco US$ 655 milhões. E a
própria Eletropaulo deve R$ 691
milhões, equivalentes a US$ 201
milhões pelo câmbio de ontem.
A SEB é a empresa formada pela
AES, a Myrant (antiga Southern
Electric) e o banco Opportunity
que controla 33% do capital votante da Cemig, distribuidora estatal de energia de Minas Gerais.
Das quatro dívidas, só a da Eletropaulo não tem correção cambial. Ela representa o saldo a pagar de um total de R$ 1 bilhão recebido no ano passado pela distribuidora como antecipação de receita para compensar perdas causadas pelo racionamento de luz.
Segundo informação da própria
Eletropaulo, o pagamento desse
empréstimo está inteiramente em
dia. De março do ano passado até
ontem, de acordo com a empresa,
foram pagos R$ 309 milhões.
O empréstimo da SEB, no valor
inicial de US$ 526,5 milhões (na
época, R$ 565 milhões), foi feito
em maio de 1997, quando a empresa de participações adquiriu
33% das ações ordinárias da Cemig. O financiamento tinha cláusula de correção cambial e prazo
para pagamento de dez anos.
Houve renegociações ao longo
dos últimos anos, mas não há inadimplência formal, segundo a Folha apurou. Segundo a AES, a dívida somava US$ 655 milhões (R$
2,27 bilhões, ontem) no final de
setembro de 2002, dos quais US$
57 milhões (R$ 198 milhões) venceriam neste ano. A garantia do
empréstimo são as ações da Cemig que foram compradas em 97.
O BNDES não fornece informações sobre a dívida da SEB, sob a
alegação de sigilo bancário. O
banco também não fornece informações sobre o destino dos débitos da AES Elpa e da AES Transgás. Nestes, o grupo norte-americano está inadimplente em um total de US$ 415 milhões.
Segundo a Folha apurou, o
BNDES aguarda proposta global
da AES para solucionar os débitos
da Elpa e da Transgás. Se não
houver solução, as ações preferenciais da Eletropaulo, que garantem o empréstimos da AES
Transgás, deverão ir a leilão.
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