DA REDAÇÃO

A Bolsa de Frankfurt sofreu uma queda de 4,44% ontem e recuou ao menor nível desde 1995. Segundo um relatório da corretora Merrill Lynch, o mercado alemão vive sua pior e mais prolongada queda desde os anos 30.
A fuga do mercado de ações não se resumiu à Alemanha. A Bolsa de Londres perdeu 4,8%, uma das maiores quedas de sua história, e Paris recuou 3,62%. Zurique recuou 1,2% e não tinha um nível tão baixo em seis anos e meio.
"Só há uma palavra para isso: carnificina. É terrível", disse Richard Wright, diretor da corretora GNI, em Londres.
Desde o começo do ano, o índice FTSE Eurotop com as 300 principais empresas do continente já caiu 20% e mergulhou ao seu nível mais baixo desde a crise asiática de 1997. Ontem o tombo foi de 3,4%, o que significa que 110 bilhões evaporaram apenas em um dia de negócios, como resultado da desvalorização dos papéis.
A deterioração do humor dos investidores por causa das incertezas em relação ao Iraque explica boa parte da sangria nas Bolsas. Mas o frágil desempenho financeiro de importantes empresas e a debilidade da atividade econômica no continente também arrastam o mercado.
Algumas das principais empresas européias encerram o dia com desvalorização superior a 10%. Foi o caso, por exemplo, da Telecom Italia, que desagradou aos analistas ao anunciar planos de fusão com a deficitária Olivetti e viu suas ações recuarem 11%.
A Alstom, empresa francesa de engenharia de energia e transporte, desabou 50%, após informar que venderá ativos e emitir novas ações. Os investidores temem que a companhia seja estrangulada por uma falta de crédito.
"As companhias estão se desfazendo de ativos por preços muito baixos, porque não têm opção", disse Nigel Cobby, diretor de investimentos para a Europa no banco JP Morgan.
As principais Bolsas norte-americanos permaneceram praticamente todo o dia no vermelho, mas, antes do encerramento dos negócios, conseguiram fechar em ligeira alta. O Dow Jones subiu 0,37%, e a Nasdaq, 0,6%.