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EMPRESÁRIOS
Presidente da Fiesp inicia reuniões para ter consenso da situação
Ferreira quer coordenar
disputa por sua sucessão
Joseph Couri, do Simpi, que é candidato à sucessão na Fiesp
FREDERICO VASCONCELOS
da Reportagem Local
Em encontro fechado, realizado
fora da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo),
Carlos Eduardo Moreira Ferreira
reuniu, sexta-feira, um grupo de
15 empresários que o apóiam, para
discutir a sucessão na presidência
da entidade.
"Queremos uma chapa de consenso. A situação pretende ter um
candidato e eu não abro mão de
coordenar essa candidatura'', diz
Moreira Ferreira.
As eleições só deverão ser realizadas em meados de 1998 e é sabido que não interessava à atual diretoria antecipar a disputa. O processo, contudo, foi atropelado
-principalmente pelas articulações de Joseph Couri, do Simpi
(que reúne micros e pequenas indústrias), o primeiro a se lançar
candidato.
Para a reunião, realizada no Sesi
da Vila Leopoldina, na Lapa, Moreira Ferreira convidou, além de
diretores, empresários que não
participam de sua administração.
Embora tivessem sido informados, os candidatos -declarados
ou aspirantes- não participaram
do encontro. O presidente da Fiesp
achou que a presença deles tiraria
a liberdade dos convidados e poderia dar margem a interpretações
sobre eventual direcionamento.
Além de Couri, Max Schrappe
(atual vice-presidente) já se apresenta como candidato. Também
estão bem cotados para suceder
Moreira Ferreira os empresários
Horácio Lafer Piva (da Klabin) e
Luiz Fernando Furlan (da Sadia).
Recentemente, outros nomes foram aventados, como o de Aldo
Lorenzetti. Roberto Nicolau Jeha,
um dos antigos postulantes, já declarou que não será candidato.
Quem controla
O encontro sugere que as primeiras candidaturas evoluíram mais
rapidamente do que o previsto, e
que o atual presidente não quer
perder o controle do processo.
Nessa primeira reunião de avaliação, não houve definição de nomes. "Existe muita especulação,
mas não há nenhum compromisso. Não existe um `candidato-de-bolso-de-colete' ou candidato do presidente. Isso acabou",
diz Moreira Ferreira.
Ele diz que repele qualquer sugestão de tentar reformular os estatutos para disputar a reeleição.
Foi consensual, na reunião, que
o candidato oficial deverá ter, como diz o presidente, "densidade
nos dois colégios" (apoio eleitoral
confirmado tanto na Fiesp quanto
no Ciesp (Centro das Indústrias do
Estado de São Paulo).
Essa exigência sugere que é forte
a possibilidade de uma nova divisão no eleitorado da indústria paulista, pois Couri conta com maior
apoio no Ciesp, no interior do Estado, e tem de superar antigas e
profundas resistências na Fiesp.
Formalmente, o encontro da Vila Leopoldina foi uma consulta ao
grupo mais próximo de Ferreira.
Esse colégio ficou encarregado
de formular, em dois meses, o
ideário da situação. A partir daí
Ferreira fará entrevistas formais
com todos os candidatos.
Alguns analistas questionam se
os interessados em comandar a pirâmide da avenida Paulista cumprirão esse calendário para obter o
apoio oficial do presidente.
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