São Paulo, domingo, 13 de maio de 2001

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RACIONAMENTO

Clientes de instituições financeiras podem não ser avisados de que agência será fechada por causa do blecaute

Apagões ameaçam água, banco e metrô

DA REPORTAGEM LOCAL

Os apagões deverão infernizar o cotidiano das pessoas a partir do próximo dia 1º de junho.
Além da falta de luz, os consumidores terão de conviver com a falta d'água, problemas de transporte com o metrô e com dificuldades para utilizar os serviços bancários, entre vários outros transtornos.
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informou que, se a falta de energia atingir as estações de tratamento e as elevatórias- que dependem de eletricidade para funcionar-, o fornecimento de água para a cidade ficará interrompido por horas, durante os apagões e depois deles.
De acordo com a Sabesp, tanto as estações quanto as elevatórias têm um prazo de recuperação muito longo quando param de funcionar.
No caso de o racionamento atingir apenas as estações de bombeamento, o fornecimento de água poderá ser restabelecido assim que a energia voltar.

Metrô
O metrô é alimentado por circuitos prioritários que possibilitam que, em algumas circunstâncias, os trens funcionem mesmo que o bairro esteja sem energia.
Os circuitos, no entanto, não são imunes aos apagões e os trens podem parar por falta de eletricidade. Nesse caso, as pessoas serão retiradas dos vagões pelas equipes de emergência.
Em dias de apagão, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) irá fechar alguns dos principais cruzamentos de São Paulo com cavaletes para manter o trânsito fluindo nas avenidas. Equipes de agentes de trânsito -os marronzinhos- devem ser colocadas em pontos estratégicos para auxiliar na sinalização.

Bancos
Os bancos se preparam para o apagão. Há um conjunto de medidas que deve ser implementado em junho, segundo informaram diretores de instituições à Folha. Há uma preocupação redobrada com as questões de segurança.
Estuda-se, entre as áreas de infra-estrutura dos bancos, a hipótese de não avisar os clientes que determinada agência ficará fechada por causa da falta de luz. O temor é que, com o comunicado, as agências se transformem em chamariz de ladrões.
"Melhor deixar o cliente sem serviço do que arriscar a segurança dele e a do banco", disse Pedro Paulo Longuini, diretor administrativo e de controle financeiro do banco Real, a quinta maior instituição financeira privada do país.
Também há grande possibilidade de algumas agências bancárias, desprovidas de geradores, usarem geradores móveis, que poderão ser deslocados de um posto para outro durante o período de falta de energia.
"Se os cortes acontecerem em alguma de nossas agências na região sul de São Paulo, levaremos o gerador do centro, por exemplo, para lá", afirmou Aldos Galeti, diretor de relações institucionais do Itaú.
Já está certo que todos os caixas eletrônicos ficarão desligados nas regiões com falta de luz.
As portas dos caixas podem ficar travadas para evitar o roubo das máquinas de auto-atendimento. Isso só não ocorrerá com os postos que recebem energia do gerador da agência mais próxima, informou a TecBan, administradora do sistema de banco 24 horas.
As agências localizadas dentro de shoppings e de postos de gasolina também não devem ficar no escuro, pois utilizam a energia produzida pelo gerador existente nesses locais.



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