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São Paulo, domingo, 13 de julho de 2003

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Globopar faz proposta inicial para credores

DA REPORTAGEM LOCAL

A Globopar, dona de uma das maiores dívidas em reestruturação no país, no valor de US$ 1,167 bilhão, fez, há cerca de um mês, uma proposta inicial de reestruturação desses débitos, segundo um representante dos credores.
A proposta envolveria alternativas tradicionais como alongamento de prazos e conversão de moedas, mas a negociação ainda está em sua fase inicial.
Procurada pela Folha, a Globopar informou, por meio de sua assessoria, que apresentou um plano de negócios aos credores em abril e que "as negociações estão bem encaminhadas".
O plano de negócios foi o segundo passo do processo de reavaliação, iniciado pela empresa em janeiro, e sucedeu a auditoria financeira e legal. Em novembro passado a empresa deixou de pagar US$ 3 milhões e teve declarada vencida toda sua dívida.
Segundo Milena Zaniboni, analista da Standard & Poor's, "a Globopar precisa de um alongamento e de uma negociação do total dos débitos, pois a empresa não gera recursos suficientes para honrar os pagamentos".
Segundo a analista, a geração de caixa da empresa no ano passado foi de R$ 250 milhões. "Isso não dá para pagar nem os juros", diz.
Outra empresa do grupo, a Net, também teve sua dívida de R$ 1,3 bilhão declarada vencida, depois que deixou de pagar juros e parte do principal durante todo o primeiro trimestre, segundo dados do balanço. Procurada, a empresa não quis se manifestar.
No rol de reestruturação de dívidas há casos que se arrastam no tempo. Desde o ano passado a BCP negocia com bancos credores, que acabaram assumindo a administração da empresa. A solução, segundo sua assessoria, será a venda da companhia, que está em processo de avaliação.

Mais casos
Outra solução radical para a inadimplência é o processo de fusão da Varig com a TAM. Foi a condição para começar a reestruturar sua dívida de US$ 1,2 bilhão.
O grupo Algar, de Minas Gerais, também negocia com bancos locais uma dívida de R$ 600 milhões. Segundo um dos negociadores, a dívida será alongada mediante emissão de debêntures.
A inadimplência também afeta empresas de menor porte, como a Teka, de Blumenau. Segundo Daniel Pasquale, analista da Fator Doria Atherino, a empresa não honrou debêntures vencidas no primeiro trimestre deste ano.
O débito, de R$ 26,4 milhões, foi repactuado em janeiro, mas a empresa não cumpriu o acordo. Procurada pela Folha, a direção da Teka não respondeu. (SB)


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