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São Paulo, domingo, 13 de julho de 2003

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MOEDA DE TROCA

Além de contribuir institucionalmente, atividades ainda dão desconto no Imposto de Renda

Febraban foi pioneira em balanço social

Marcelo Elias/Folha Imagem
Floresta artificial montada pelo HSBC dentro do aeroporto Afonso Pena, no Paraná, em alusão a seus projetos ambientais


DA REPORTAGEM LOCAL

As ações sociais e culturais dos bancos estão sendo divulgadas com força neste ano, mas existem há muito tempo. Elas são ingrediente importante, indicam especialistas, na construção de uma boa imagem -principalmente no caso das visadas instituições financeiras.
É o que mostra um estudo da Universidade de Brasília, que aponta que os balanços sociais de bancos passam por equipes de marketing antes de serem mostrados ao mercado, na intenção de vender uma imagem positiva dessas instituições.
O trabalho usou, entre outras informações, números da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), que desde 1993 elabora um balanço social consolidado dos bancos.
Em 2002, dados preliminares indicam que foram gastos cerca de R$ 290 milhões em ações sociais e R$ 116 milhões em ações culturais.
A entidade, que representa os tão criticados bancos, foi uma das primeiras associações no país a se preocupar em reunir números de balanço social.
Diferentemente de outros setores da economia, a grande maioria dos bancos tem projetos voltados para a responsabilidade social ou para a cultura.
O Bradesco, por exemplo, é conhecido pela sua Fundação Bradesco, focada na educação. O ABN-Amro Real colocou critérios socioambientais na política de concessão de crédito.
Outro banco, o Itaú, escolheu a movimentada avenida Paulista, em São Paulo, para montar a sede do Instituto Itaú Cultural, onde realiza exposições e promove diversos eventos culturais.
"A contrapartida para a imagem é forte, mas não é nosso objetivo", afirma Fernando Tafner, diretor de eventos e assuntos corporativos do Citibank.
Apesar disso, pela primeira vez neste ano o banco -que tem entre seus principais projetos sociais o Programa Biblioteca Viva- deve divulgar seu balanço social para clientes via e-mail.
"As grandes empresas, assim como os principais bancos, estão percebendo que a marca é o maior valor", acredita Betty Abrawicz, coordenadora de projetos do Instituto Akatu, que defende o consumo consciente.
Além dos ganhos com a imagem, lembram especialistas, há a contrapartida do abatimento no Imposto de Renda para quem investe em programas sociais.
(MP)


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