São Paulo, sexta-feira, 13 de julho de 2007

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Anos FHC e Lula marcam alta da carga fiscal

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os governos FHC (95-2002) e Lula (a partir de 2003) ficarão marcados pelo aumento da carga tributária no país. Usando uma das frases preferidas do presidente Lula, "nunca antes neste país" se pagou tanto tributo como nos últimos anos.
Para que o leitor tenha uma idéia do aumento nos últimos 12 anos (os 8 de FHC mais os 4 primeiros de Lula), a carga fiscal subiu mais de seis pontos percentuais, fechando 2006 em 34,5% do PIB, conforme informou ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, com base em dados da Receita Federal.
As desonerações feitas pelo governo apenas suavizam um pouco o avanço do fisco sobre o bolso dos contribuintes. O problema é que as desonerações, com raríssimas exceções, são feitas em setores pontuais, não alcançando a maioria dos contribuintes. Assim, não adianta, por exemplo, reduzir a tributação sobre computadores e sobre alguns itens da construção civil, uma vez que esses cortes de alíquotas não atingem a maioria da população. E, mesmo quando atingem, seus efeitos são pequenos.
Para que a carga tributária possa cair efetivamente são necessárias medidas como as correções da tabela do IR na fonte, que alcançam a maioria dos assalariados e autônomos. Embora tenham ocorrido quatro correções da tabela desde 2002 (três delas no governo Lula), a defasagem em relação ao INPC ainda é muito grande -para zerá-la, o limite atual de isenção, em R$ 1.313,69, teria de subir ao menos para R$ 1.900.
Algumas medidas que surtiriam efeito imediato sobre a carga tributária seriam cortes nas alíquotas do PIS (está em 1,65% sobre as receitas das empresas), da Cofins (está em 7,6% também sobre as receitas) e da CPMF (está em 0,38% sobre os saques bancários).
Até ontem, passados 193 dias deste ano, os fiscos federal, estaduais e municipais já haviam arrecadado R$ 478 bilhões, o que dá a média diária de mais de R$ 2,47 bilhões. Até o fim do ano o número deve superar R$ 900 bilhões. Só com a CPMF, a Receita já havia obtido R$ 17,5 bilhões até ontem, ou mais de R$ 90,5 milhões por dia.


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