São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 2009

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Cinco meses depois, apenas 14% do pacote de estímulo foi gasto

DE NOVA YORK

Cinco meses após a aprovação do pacote de estímulo fiscal de US$ 787 bilhões nos EUA, apenas 14% (US$ 110,3 bilhões) foram gastos até agora, segundo dados compilados pela agência Moody's.
Para o governo dos EUA, o valor já comprometido é maior, de US$ 158 bilhões (20%), mas há o reconhecimento que menos de dois terços foram efetivamente gastos. Mesmo entre os parlamentares democratas há pressões por novas ações estatais. Especialmente pelo fato de 2010 ser ano de eleições, em que os republicanos devem explorar os efeitos da crise para tentar, pelo menos, retomar a maioria no Senado.
No fim de semana, o presidente Barack Obama usou seu programa semanal de rádio para afastar, ao menos por enquanto, a necessidade de novos gastos estatais. Para o presidente, o dinheiro aprovado é suficiente e começará a surtir efeito em breve.
Mas, em Estados nos quais a taxa de desemprego é maior do que a média nacional, como em Ohio, onde já supera os 10% (ante 9,5% no país), já são registradas quedas significativas na popularidade de Obama.
Pesquisa conduzida pela Universidade de Quinnipiac em Ohio revelou redução de 11 pontos percentuais (para 46%) no total dos que aprovam a maneira como o presidente vem conduzindo a economia.
"O péssimo resultado do emprego em junho deixou claro que o estímulo foi, de fato, muito pequeno", escreveu na sexta o mais recente Prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman.
Na semana passada, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, viu-se obrigado a defender o pacote -uma resposta às pressões de congressistas por mais gastos. Geithner afirmou que boa parte do dinheiro irá para as ruas neste semestre.
De fato, há uma aceleração. Só em junho foram desembolsados US$ 58,8 bilhões, mais da metade dos valores de fevereiro a maio somados. Os principais desafios, porém, continuam sendo a criação de empregos e fazer o dinheiro chegar ao destino. (FCZ)



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