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Cliente com dívida não afeta Embraer
DA REPORTAGEM LOCAL
O anúncio da concordata da US Airways não terá impacto imediato nas vendas da Embraer, segundo analistas do setor de aviação.
Sexta maior companhia aérea dos EUA, a US Airways acumula dívidas de US$ 7,83 bilhões.
Desde o ano passado, a companhia negociava com o sindicato
de pilotos uma autorização para
dobrar dos atuais 70 o número de
aeronaves em uso nas linhas regionais. São justamente os jatos
para essas linhas, com capacidade
média de 140 passageiros, os fabricados pela Embraer e por sua
principal rival, a Bombardier.
Hoje, a US Airways opera suas
linhas regionais por meio de acordo com companhias menores: a
Mesa e a Chautauqua (além da
Trans States). A razão é simples:
enquanto um piloto da US Airways recebe US$ 120 mil/ano, o
salário médio de comandante de
jatos regionais é de US$ 40 mil.
Dos 70 jatos em operação nessas
duas empresas que exploram as
linhas da US Airways, 63 foram
fabricados pela Embraer.
De acordo com Rodrigo Pereira,
do banco Pactual, em seu processo de reestruturação, a companhia poderia optar por dois caminhos: criar uma subsidiária para
explorar as linhas regionais ou
oferecer mais linhas à Mesa e à
Chautauqua -e elas ficariam encarregadas de comprar novos
aviões. Nos dois casos, uma eventual decisão depende de acordo
com o sindicato dos pilotos
-pois somente com autorização
deles poderia ampliar as linhas.
""A vantagem é que, na atual situação de concordata, a lei concede mais instrumentos que podem
ser usados pela US Airways para
pressionar os pilotos", diz Pereira.
Na tarde de ontem, a fabricante
brasileira divulgou nota em que
afirma que ""a concordata da US
Airways não causará danos à Embraer uma vez que a utilização de
jatos regionais é parte fundamental no processo de recuperação da
empresa (americana)".
Amanhã, está previsto o anúncio dos resultados da Embraer no
segundo trimestre. De acordo
com analistas, a companhia deve
cumprir sua meta de entrega de
135 jatos neste ano (60 no primeiro e 75 no segundo semestre).
Mas, conforme a previsão média de quatro analistas ouvidos
pela agência Reuters, o lucro líquido da Embraer deve recuar
59% no segundo trimestre deste
ano. Em 2001, nesse período o lucro fora de R$ 338 milhões.
""A tendência é que ocorra o inverso do ano passado", diz Pereira. ""Em 2001, as vendas foram bem no primeiro semestre e despencaram com o 11 de setembro.
Agora, o início de ano está fraco, mas o mercado deve se aquecer
no segundo semestre", completa. (JOSÉ ALAN DIAS)
Com a Reuters
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