DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No começo do ano passado o Banco Central passou a oferecer aos bancos uma operação de proteção contra a variação do dólar via mercado futuro. Mas, para fechar a transação, o BC exigia que os bancos comprassem LFTs (títulos pós-fixados).
Isso gerou grande aumento na oferta de LFTs. Associado a isso, os investidores passaram a evitar os títulos do governo, diante das incertezas devido à eleição presidencial. Assim, as LFTs perderam muito valor, afetando a rentabilidade dos fundos de investimento.
O BC havia dado um prazo longo aos administradores de recursos para passar a contabilizar diariamente o valor de mercado dos títulos nos fundos, o que não era feito até então. Os investidores mais informados sabiam que isso passaria a ser feito e começaram a sacar o dinheiro antes dos demais cotistas, para se antecipar à contabilidade das perdas.
Para não prejudicar os pequenos investidores, o BC antecipou para maio a marcação diária do valor dos títulos, exibindo grandes perdas dos fundos. Muitos cotistas sacaram seus recursos, e o Banco Central teve dificuldades para rolar a dívida.


Texto Anterior: Aplicações: Fundos de investimento voltam ao positivo
Próximo Texto: Opinião econômica: Basta vontade política para o vôo solo da Varig
Índice