São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2005

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BARRIL DE PÓLVORA

Preço do barril ultrapassa os US$ 67 durante o dia; demanda por gasolina nos EUA preocupa mercado

Petróleo acumula alta de 54% em NY no ano

Ahn Young-joon/Associated Press
Coreana diante de gráfico eletrônico que mostra a evolução do preço do petróleo, em Seul


DA REDAÇÃO

Pelo quinto dia consecutivo, o preço do barril de petróleo quebrou seu recorde nominal ontem, fechando cotado em US$ 66,86 na Bolsa Mercantil de Nova York, depois de ter ultrapassado a barreira de US$ 67 durante o dia.
A elevação, de 1,61% sobre o valor do dia anterior (US$ 65,80), faz com que a alta acumulada no ano já seja de 53,88%. No primeiro dia de funcionamento do mercado neste ano, o barril do produto era cotado a US$ 43,45.
Na Bolsa de Londres, a alta do ano é ainda maior. O preço do barril do tipo Brent, que fechou ontem cotado a US$ 66,59, já é 64,95% superior ao valor com que abriu o mercado em janeiro (US$ 40,37). Em relação a anteontem, quando custava US$ 65,38, a alta foi de 1,85%.
O que provocou a alta ontem, segundo analistas, foi a notícia da possibilidade de interrupção de trabalhos em refinarias norte-americanas, o que reforçou os temores de que o estoque de gasolina dos EUA possa não ser suficiente para atender a alta demanda no país.
A passagem da tempestade tropical Irene pelo golfo do México pode interromper as atividades das refinarias dos EUA localizadas na região.
As refinarias de todo o país já estão trabalhado com 95% de sua capacidade, e a demanda por gasolina está, neste verão -época de maior consumo de combustível no país-, 1,4% maior que há um ano, de acordo com o governo norte-americano.
"As pessoas estão com medo de não haver gasolina suficiente, então elas estão comprando, comprando e comprando", disse Tetsu Emori, estrategista-chefe de commodities da corretora Mitsui Bussan Futures, em Tóquio.
Além disso, investidores estão preocupados com a decisão do Irã de retomar a atividade de enriquecimento de urânio, o que pode levar à fabricação de arsenal atômico. O Irã é o segundo maior produtor de petróleo dentre os países que compõem a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). A produção iraniana corresponde a cerca de um terço do total mundial.
Alguns compradores, contudo, acreditam que a razão para as freqüentes altas do petróleo seja a especulação. "Essa é uma bolha que terá que estourar em algum momento", disse Mike Fitzpatrick, corretor de petróleo da Fimat USA. Segundo ele, será necessário um grande aumento na oferta ou uma queda relevante na demanda para colocar um fim na compra frenética no mercado de petróleo.
Nas últimas três semanas, o preço do barril negociado em Nova York já acumula alta de 14%.


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