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SALTO NO ESCURO
Segundo governo, distribuidoras evitam cortar consumidores que ultrapassam meta, mas pagam em dia
Elétrica que não cortar luz pode ser punida
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo quer que as distribuidoras de energia tenham metas de
corte e sejam punidas caso não
suspendam o fornecimento de luz
para os consumidores que ultrapassaram as metas de consumo
de energia do racionamento.
Segundo avaliação do governo,
as distribuidoras evitam cortar a
luz dos consumidores que ultrapassam a meta mas que pagam as
contas em dia. Ontem, o ministro
Pedro Parente, coordenador do
"ministério do apagão", encomendou uma solução à área técnica, apurou a Folha.
A sugestão dos técnicos é que o
""ministério do apagão" edite uma
norma -possivelmente uma resolução- criando punições específicas para as distribuidoras que
deixarem de cortar quem não
cumpriu meta. Hoje a punição é
genérica: fiscalização da Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica) com possibilidade de multa.
O "ministério do apagão" pediu
a agência levantamento da quantidade de consumidores que foram cortados por não terem cumprido as metas do racionamento.
Os números deverão ser entregues na semana que vem.
A regra atual estabelece que as
distribuidoras "deverão" cortar o
fornecimento de energia elétrica
dos consumidores que não cumprirem, pela segunda vez, a meta
de economia do racionamento
"de acordo com sua capacidade
operacional".
Na prática, a distribuidora só
corta todos os consumidores que
descumprirem meta se tiver recursos para isso (funcionários e
carros para fazer os cortes). A
idéia é tornar esse critério mais rígido, obrigando a distribuidora a
fazer um determinado número de
cortes em relação à quantidade de
consumidores que não cumpriram a meta.
Ainda de acordo com a regra
atual, a suspensão do fornecimento acontece "em ordem decrescente de desvio absoluto em
relação à meta fixada" -o que
significa que deve ser cortado primeiro quem se afastou mais da
meta. O corte varia de três a seis
dias.
A idéia da área técnica é criar
metas detalhadas de corte para
quem consumiu mais energia do
que o permitido, de acordo com o
consumo mensal e a classe de
consumo.
Termelétricas
Na reunião de ontem, técnicos
da Petrobras apresentaram ao
"ministério do apagão" qual a disponibilidade de gás para a possível inclusão de mais usinas termelétricas no programa emergencial, além das 15 que já foram
anunciadas pelo governo e fazem
parte do plano de aumento de
oferta de energia.
Ontem a Aneel regulamentou a
venda de energia dos produtores
independentes no mercado, para
consumidores comerciais, industriais e de serviços. A energia que
for comprada desses produtores
poderá ser consumida além da
meta do racionamento.
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