São Paulo, quinta-feira, 13 de setembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CUSTO DE VIDA

Principais responsáveis pela alta dos preços de agosto ainda foram as tarifas públicas, segundo dados do IBGE

Inflação medida pelo IPCA cai para 0,70% em agosto

DA SUCURSAL DO RIO

A inflação oficial de agosto, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), ficou em 0,70%, com queda de 0,63 ponto percentual em relação à alta de julho (1,33%).
Com o número divulgado ontem pelo IBGE, o índice que serve de parâmetro para as metas inflacionárias do governo acumula este ano alta de 5,06%. Em 12 meses, o acumulado caiu de 7,05% em julho para 6,41% em agosto.
A meta oficial do governo para este ano é de 4%, com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, o índice poderá ficar entre 2% e 6%. No novo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), assinado no mês passado, o governo previu que a inflação deste ano será de 5,78%.
O Fundo admite que no intervalo entre 3,78% e 7,78% a meta estará cumprida.
Os principais responsáveis pela alta dos preços de agosto ainda foram os preços administrados (tarifas públicas), embora em menor intensidade que em julho. As tarifas de transportes, combustíveis e energia elétrica, além dos salários dos empregados domésticos (referenciados no salário mínimo), contribuíram com 0,27 ponto para a variação de 0,70%.

Salários
Individualmente, os salários dos empregados domésticos deram a maior contribuição para a alta, com 0,08%. Eulina dos Santos explicou que, por causa da metodologia usada, essa alta é reflexo dos reajustes de salários feitos em maio deste ano, só captados no índice do mês passado.
Ainda sobraram para serem computados no índice de setembro parte dos efeitos do reajuste de energia em Brasília e das tarifas de ônibus de Recife, ambos feitos no final de agosto.
Os produtos alimentícios subiram 0,83% e contribuíram com 0,18 ponto percentual para o IPCA de agosto. As maiores altas foram do óleo de soja (21,05%), do feijão preto (9,83%) e da farinha de trigo (6,81%).
No óleo de soja e na farinha, as razões foram os efeitos da alta do dólar sobre os preços (soja e trigo são commodities internacionais). No feijão, a causa foi a quebra de safra na Bahia.
Por conta da redução do tamanho dos rolos de 40 para 30 metros, o papel higiênico contribuiu com 0,06 ponto para a inflação oficial de agosto. O IBGE está estudando outros produtos para saber se a redução de quantidades nas embalagens representou alta de preços.


Texto Anterior: Salto no escuro: Elétrica que não cortar luz pode ser punida
Próximo Texto: Vizinho em crise: Domingo Cavallo critica Brasil por desvalorizar salários "em dólares"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.