da Reportagem Local

As lojas-âncoras tradicionais, com vários andares e um imenso número de itens à disposição, são coisas do passado, segundo Nelson Barrizzelli, consultor.
Para ele, as âncoras funcionaram bem na transição das lojas de departamentos para os shoppings centers. Para não correr riscos, os empreendedores traziam as lojas de departamentos para dentro dos shoppings como chamariz.
"Agora os shoppings não precisam mais de âncora para tocar o negócio. Hoje, a própria área de alimentação já funciona como âncora, atraindo público", afirma.
Isso acontece por causa da mudança de função do shopping na sociedade. "Antes, o shopping era centro de compras. Hoje, é centro de convivência, um lugar onde as pessoas vão também para se divertir, onde os pais deixam os filhos adolescentes porque tem segurança e conforto", diz Eleonora de Souza Ramos Pereira, gerente-geral de marketing da rede Plaza.
Com a mudança de função, lojas menores e prestadores de serviço, como sapateiros e chaveiros, ganharam espaço na preferência do consumidor. "Gradativamente, as lojas-satélites foram assumindo importância e substituindo as âncoras", diz Barrizzelli.
Mas esse entendimento não é consenso. Eduardo Chalita, diretor das Lojas Americanas, diz que as lojas-âncoras ainda são importantes porque investem muito em publicidade e promoção, melhorando a divulgação do shopping, e ainda oferecem grande variedade de mercadorias.
"Os shoppings, em geral, primeiro dão prioridade às âncoras para escolher o espaço e, depois, distribuem as lojas-satélites", diz Chalita.
"As âncoras não vão deixar de existir", diz Wilson Marques Spinelli, diretor da Multiplan, que controla os shoppings Morumbi e Anália Franco. "Essas lojas exercem forte poder de atração."
As lojas-âncoras que sumiram dos shoppings, diz, são reflexo de má administração.
"As que estão bem estruturadas e organizadas estão crescendo. Muitas delas estão querendo entrar, por exemplo, no Morumbi."
(FF e LR)

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