São Paulo, domingo, 13 de outubro de 2002

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COMENTÁRIO

Ações trazem risco de perda

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Investir em ações sempre traz alto grau de risco. Da mesma forma que é possível ganhar muito em pouco tempo, os recursos aplicados em ações podem evaporar em igual velocidade.
Quem descobrir que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu mais de 150% em 1999 pode se sentir atraído por esse tipo de investimento. Mas neste ano, por exemplo, a história tem sido outra. A queda acumulada da Bovespa no ano está em 35%. Isso significa, grosso modo, que, se um investidor aplicou R$ 1.000 em um fundo de ações que acompanha a oscilação da Bolsa no último dia de 2001, tem hoje apenas R$ 650.
Em um cenário tão negativo, os papéis das empresas estatais não têm conseguido destino diferente. As ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Eletrobrás acumulam queda de 51,4% no ano.
Nem mesmo os papéis da Petrobras, a empresa que tem maior peso na Bolsa, tem conseguido bons resultados. As perdas das ações preferenciais da petrolífera alcançam 27,6% no ano. Já os papéis ON do Banco do Brasil amargam baixa de 14,7% no ano.
O trabalhador que viesse a aceitar o pagamento da correção do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), como prevê a proposta da Força Sindical e da Bovespa, por meio de ações de empresas estatais, deveria estar consciente dos riscos que corre.
A sorte dos recursos que o trabalhador viesse a receber em ações estaria atrelada ao sobe-e-desce do mercado: da mesma forma que o dinheiro pode aumentar com o tempo, também pode desaparecer.
Para a Bolsa, o fluxo extra de investidores é de grande interesse. O mercado acionário local está bastante debilitado. Além das fortes perdas acumuladas no ano, o nível de negócios diários no pregão tem sido muito baixo, e os investidores estrangeiros não param de vender suas ações e abandonar a Bovespa.
Na atual crise cambial, as ações de apenas algumas empresas têm se beneficiado. Em sua maioria, são as exportadoras, que acabam favorecidas pelo dólar mais alto, que estimula suas vendas ao mercado externo. O papel PNA da Vale do Rio Doce, por exemplo, já subiu 55,5% no ano.



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