São Paulo, domingo, 13 de novembro de 2005

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Cenário externo pode ser ameaça

DA REPORTAGEM LOCAL

O que pode derrubar as projeções otimistas para 2006, traçadas pelos analistas, é uma piora do cenário externo. O PIB mundial deve crescer 4,3% no ano que vem, segundo estimativa do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Mas os economistas temem que ocorra um aperto maior na política monetária americana, com o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) acelerando o processo de aumento dos juros. "A economia internacional poderá estar menos favorável com o aumento dos juros americanos e talvez a economia mundial cresça menos", diz Estêvão Kopschitz, economista do Ipea.
Nesse caso, poderá haver um repique nos juros e no câmbio no Brasil, alerta Bráulio Borges, da LCA Consultores. A LCA considera que o câmbio estará sujeito a um "repique agudo" até meados de 2006, quando seus analistas esperam uma alta mais acentuada dos juros de mercado nos EUA. Isso resultaria em desaceleração mais acentuada do consumo e do investimento naquele país.
Se os juros subirem também na Europa, o grande risco que o Brasil corre é o de uma realocação de portfólio pelos investidores internacionais, segundo Alex Agostini, economista da Austin Rating. O resultado seria a saída de capital com queda da Bolsa, aumento do risco Brasil e do dólar. "Haverá uma turbulência momentânea, até que a saída dos investidores termine", diz. Na sua opinião, o ajuste seria gradual, sem fuga concentrada, como ocorreu nas crises da Ásia e da Rússia. (SB)


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