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Cenário externo pode ser ameaça
DA REPORTAGEM LOCAL
O que pode derrubar as projeções otimistas para 2006, traçadas
pelos analistas, é uma piora do cenário externo. O PIB mundial deve crescer 4,3% no ano que vem,
segundo estimativa do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Mas os economistas temem que
ocorra um aperto maior na política monetária americana, com o
Fed (Federal Reserve, o banco
central americano) acelerando o
processo de aumento dos juros.
"A economia internacional poderá estar menos favorável com o
aumento dos juros americanos e
talvez a economia mundial cresça
menos", diz Estêvão Kopschitz,
economista do Ipea.
Nesse caso, poderá haver um repique nos juros e no câmbio no
Brasil, alerta Bráulio Borges, da
LCA Consultores. A LCA considera que o câmbio estará sujeito a
um "repique agudo" até meados
de 2006, quando seus analistas esperam uma alta mais acentuada
dos juros de mercado nos EUA.
Isso resultaria em desaceleração
mais acentuada do consumo e do
investimento naquele país.
Se os juros subirem também na
Europa, o grande risco que o Brasil corre é o de uma realocação de
portfólio pelos investidores internacionais, segundo Alex Agostini,
economista da Austin Rating. O
resultado seria a saída de capital
com queda da Bolsa, aumento do
risco Brasil e do dólar. "Haverá
uma turbulência momentânea,
até que a saída dos investidores
termine", diz. Na sua opinião, o
ajuste seria gradual, sem fuga
concentrada, como ocorreu nas
crises da Ásia e da Rússia.
(SB)
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