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INVESTIMENTOS
Corte gradual dos juros já se reflete nos fundos, mas, com inflação zerada, a rentabilidade ainda é alta
Aplicações começam a render menos
VANESSA ADACHI
da Reportagem Local
Enquanto o cliente de banco dependente de empréstimos não sentirá efeito algum da redução do juro básico da economia, os investidores serão afetados pela queda.
O rendimento de quem aplica em
renda fixa cai quase imediatamente.
Ontem, o governo reduziu a Selic
-taxa usada nas operações diárias do BC com o mercado financeiro- de 42,75% para 39,5% ao
ano.
Atualmente, é a Selic que serve de
referência para a formação de todas as outras taxas de juro do mercado bancário. O governo já sinalizou queda de 0,5 ponto percentual
a cada dia para a Selic.
"A partir de agora, as aplicações
em renda fixa começam a pagar
menos. Ainda assim, é a maior
rentabilidade do mundo", diz
Marcelo Maneo, diretor da Lloyds
Asset Management.
Projeções feitas pelo BankBoston
mostram a tendência de rendimento menor. Um fundo DI (que
acompanha a variação do Certificado de Depósito Interbancário)
do banco que rendeu 2,8% brutos
em outubro deverá pagar 2,44%
em novembro e 2,24% em dezembro.
"São projeções que podem se alterar dependendo da velocidade
de queda dos juros", diz Dilma
Barbosa Lima, diretora de fundos
do BankBoston.
Na poupança o efeito é semelhante. "A TR, que remunera a caderneta, é formada pelas taxas de
mercado. A remuneração da poupança vai cair também", diz Fernando Cruz, diretor de poupança
do BankBoston.
Enquanto as cadernetas que venceram ontem pagaram 1,46%, Fernando Cruz estima que as aplicações feitas ontem renderão apenas
1,18% (até 12 de dezembro).
Para tentar prolongar os efeitos
das taxas que vigoravam até o início da semana, alguns investidores
têm mudado suas aplicações.
A idéia é deixar fundos DI, que
acompanham o movimento diário
dos juros. A alternativa são fundos
que têm títulos prefixados em carteira, ou operações no mercado futuro que simulam os efeitos de
uma taxa prefixada.
Quando o fundo remunera o
cliente por uma taxa prefixada, ou
seja, fixada no início, o rendimento inicial é mantido mesmo quando os juros caem no período.
Mas, na avaliação de especialistas, essa não é uma estratégia amplamente recomendável. "Os fundos prefixados embutem um risco
maior. Caso o governo volte a aumentar os juros, haverá uma perda. O fundo DI protege de outra alta eventual", diz Maneo.
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