São Paulo, terça-feira, 14 de janeiro de 2003

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Negociações acabaram em menos de 30 dias

DA REPORTAGEM LOCAL

As negociações para a compra do BBV Banco foram iniciadas no dia 13 de dezembro do ano passado, por iniciativa do Bradesco. A informação foi dada pelo presidente do maior banco privado brasileiro, Márcio Cypriano.
Nos 36 dias anteriores ao início das conversas com o BBVA (Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, matriz espanhola do BBV), o Bradesco presenciou uma significativa expansão do Itaú, seu principal concorrente, no mercado interno.
Nesse período, o Itaú havia fechado a compra dos bancos BBA e Fiat, aproximando-se do Bradesco no ranking de maiores instituições privadas.
Cypriano nega que o avanço do Itaú tenha sido a motivação principal da compra. Mas a coincidência das datas chama a atenção.
Antes do Bradesco, o BBV havia estabelecido negociações também com o Unibanco. Segundo a Folha apurou, o maior empecilho para a realização desse negócio foi o fato de que o Unibanco não queria desembolsar dinheiro pelo BBV. A proposta era que o BBVA passasse a ter participação acionária no Unibanco e ocupasse assentos no conselho de administração do banco nacional.
O negócio com o Bradesco poderá, segundo fontes próximas da negociação, representar um prejuízo para o BBV, que chegou a investir US$ 1,230 bilhão no Brasil. A instituição espanhola entrou no país em 1998, após comprar o Excel Econômico.
Perdas na Argentina e possíveis prejuízos na Venezuela explicam a decisão do BBV. Como o BBVA já tem uma grande participação no sistema bancário mexicano, onde controla o Bancomer, optou por reduzir sua exposição na América Latina, por meio do Brasil. (ÉRICA FRAGA)

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