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Fazenda descarta fim de tributação de fundos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, descartou a possibilidade de o governo acabar
com a tributação dos fundos de
pensão durante a fase de acumulação de recursos como defende o
ministro da Previdência Social,
Ricardo Berzoini.
"Está para nascer o ministro da
Fazenda que negue recursos. A
tributação existe e vai continuar
existindo", disse Palocci.
A taxação equivale a R$ 700 milhões por ano.
Berzoini disse, em entrevista à
Folha, na semana passada, que
não conhecia nenhum país do
mundo que fizesse essa tributação. Segundo ele, os recursos dos
fundos já são taxados quando eles
são sacados pelos aposentados. "É
bitributação", afirmou.
A tributação dos fundos começou efetivamente no ano passado,
depois que o Supremo Tribunal
Federal decidiu favoravelmente à
cobrança. A Receita arrecadou no
ano passado R$ 7,6 bilhões com o
pagamento de atrasados do Imposto de Renda dos fundos.
Urgência
A maior parte dos fundos vinha
contestando por 18 anos a cobrança com base nos mesmos argumentos de Berzoini. Na hora de
receber, porém, a Receita acabou
anistiando as multas e juros para
facilitar o recolhimento.
O governo precisava dos recursos com urgência. Agora, após os
acertos com os fundos, permanece uma taxação sobre os ganhos
obtidos em cada ano.
Berzoini havia dito à Folha que
Palocci era favorável ao fim da tributação dos fundos. "Eu respeito
o ministro Berzoini, mas não concordo com isso", disse Palocci.
O assunto deverá voltar a ser
discutido quando o governo iniciar as conversas sobre a proposta
de reforma tributária que enviará
ao Congresso Nacional.
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