São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 2000


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MEMÓRIA

País e Fundo discutiram há 2 meses

da Redação

A declaração de um membro do FMI volta a causar mal-estar no governo brasileiro e no Congresso dois meses após o representante do órgão no Brasil, Lorenzo Pérez, criticar a idéia de criação de um fundo de combate à pobreza, em tramitação no Legislativo.
Pérez, cubano naturalizado norte-americano, afirmou no dia 10 de fevereiro que o uso de receitas da privatização pelo governo para outro fim que não o abatimento da dívida pública, como previsto no projeto que cria o fundo contra a pobreza, abriria um "precedente perigoso".
O Ministério da Fazenda rebateu a crítica, ao dizer que os gastos do governo brasileiro nunca foram e não são "tema do FMI".
No dia seguinte, em nota, Lorenzo Pérez recuou nas críticas. "Não acredito que sua (do fundo) implementação envolva riscos macroeconômicos", afirmou.
"Minhas considerações foram emitidas antes de eu ter tido a oportunidade de conhecer detalhadamente a proposta de criação de tal fundo."
O projeto, apresentado pelo presidente do Congresso, Antonio Carlos Magalhães, cria o fundo com duração até 2010. O governo terá que direcionar R$ 4 bilhões anuais ao fundo, constituído de parcelas de recursos da CPMF.

Governo Collor
Em 1991, durante o governo Collor, o argentino José Fajgenbaum, chefe de uma missão do FMI no país, disse que "reformas estruturais na economia demandam mudanças na Constituição".
Fernando Collor reagiu: "Ele que vá reformar a casa dele".
O então ministro da Economia, Marcílio Marques Moreira, decidiu entrar em contato diretamente com o Fundo Monetário Internacional em Washington, em protesto contra a declaração.
Fajgenbaum, então, foi afastado da chefia da missão do Fundo, mas permaneceu no país para as negociações.


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