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MEMÓRIA
País e Fundo discutiram há 2 meses
da Redação
A declaração de um membro
do FMI volta a causar mal-estar
no governo brasileiro e no
Congresso dois meses após o
representante do órgão no Brasil, Lorenzo Pérez, criticar a
idéia de criação de um fundo
de combate à pobreza, em tramitação no Legislativo.
Pérez, cubano naturalizado
norte-americano, afirmou no
dia 10 de fevereiro que o uso de
receitas da privatização pelo
governo para outro fim que
não o abatimento da dívida pública, como previsto no projeto
que cria o fundo contra a pobreza, abriria um "precedente
perigoso".
O Ministério da Fazenda rebateu a crítica, ao dizer que os
gastos do governo brasileiro
nunca foram e não são "tema
do FMI".
No dia seguinte, em nota, Lorenzo Pérez recuou nas críticas.
"Não acredito que sua (do fundo) implementação envolva
riscos macroeconômicos",
afirmou.
"Minhas considerações foram emitidas antes de eu ter tido a oportunidade de conhecer
detalhadamente a proposta de
criação de tal fundo."
O projeto, apresentado pelo
presidente do Congresso, Antonio Carlos Magalhães, cria o
fundo com duração até 2010. O
governo terá que direcionar R$
4 bilhões anuais ao fundo,
constituído de parcelas de recursos da CPMF.
Governo Collor
Em 1991, durante o governo
Collor, o argentino José Fajgenbaum, chefe de uma missão
do FMI no país, disse que "reformas estruturais na economia demandam mudanças na
Constituição".
Fernando Collor reagiu: "Ele
que vá reformar a casa dele".
O então ministro da Economia, Marcílio Marques Moreira, decidiu entrar em contato
diretamente com o Fundo Monetário Internacional em Washington, em protesto contra a
declaração.
Fajgenbaum, então, foi afastado da chefia da missão do
Fundo, mas permaneceu no
país para as negociações.
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