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CÚPULA EM WASHINGTON
Cresce nº de pessoas que vivem com menos de US$ 1 por dia
Pobreza se agrava, com exceção da China, diz Bird
dos enviados a Washington
Apesar de todos os discursos e
iniciativas para acabar com a pobreza, o problema está se agravando em escala mundial. A grande exceção é a China e, em parte,
outros países do Sudeste Asiático,
onde a qualidade de vida melhorou rapidamente nos últimos
anos. Sem levar em conta a China,
o número de pessoas vivendo
com menos de US$ 1 por dia cresceu de 880 milhões, em 1987, para
990 milhões, em 1998.
Os dados são do relatório "Indicadores de Desenvolvimento
Mundiais de 2000", do Banco
Mundial (Bird), divulgado ontem
em Washington. De acordo com
o Bird, o número de pessoas vivendo na extrema pobreza permanece "estupidamente alto". O
Brasil avançou no combate à pobreza, segundo o Bird, nos dois
primeiros anos do Real, mas um
terço dos ganhos foi perdido depois da crise da Ásia.
O relatório do Bird mostra que
2,8 milhões de pessoas vivem com
menos de US$ 2 por dia. Cerca de
56% dessas pessoas vivem em
países em desenvolvimento. Segundo o Banco Mundial, o problema da distribuição de renda
permanece muito grave.
Apesar de somarem mais de um
terço da população mundial, os
mais pobres respondem por menos de 6% da renda internacional.
Nos países ricos, sete em cada
grupo de mil crianças morrem
antes de completar cinco anos. Já
nos países pobres, a média é de 90
mortes.
O retrato do padrão de vida da
população mundial não apresenta uma imagem única. Entre 1990
e 1998, o número de pessoas que
vivem na pobreza no sul da Ásia
cresceu de 495 milhões para 522
milhões. Na região africana localizada abaixo do deserto do Saara,
o número passou de 242 milhões
para 291 milhões de pobres.
É um contraste acentuado com
a China e, em menor intensidade,
com os países do Sudeste Asiático. O número de pobres na China
caiu pela metade em dez anos.
Em outros países do Sudeste
Asiático, houve uma diminuição
de 30% no número de pobres na
população.
AL
A América Latina estacionou
em patamares de pobreza considerados altos pelo Banco Mundial. Nos últimos anos, o número
de pessoas que vivem com menos
de US$ 1 por dia permaneceu estável em 15% da população.
Brasil
O Brasil aparece no estudo do
banco como um dos únicos países
da América Latina e Caribe que
conseguiram melhorar a condição de vida dos mais pobres. Segundo o documento, o número
de pessoas abaixo da linha da pobreza caiu 30%. Mas a recessão
dos dois últimos anos corroeu um
terço das conquistas sociais.
(LS) e (RG)
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