São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 2000


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CÚPULA EM WASHINGTON
Cresce nº de pessoas que vivem com menos de US$ 1 por dia
Pobreza se agrava, com exceção da China, diz Bird

dos enviados a Washington

Apesar de todos os discursos e iniciativas para acabar com a pobreza, o problema está se agravando em escala mundial. A grande exceção é a China e, em parte, outros países do Sudeste Asiático, onde a qualidade de vida melhorou rapidamente nos últimos anos. Sem levar em conta a China, o número de pessoas vivendo com menos de US$ 1 por dia cresceu de 880 milhões, em 1987, para 990 milhões, em 1998.
Os dados são do relatório "Indicadores de Desenvolvimento Mundiais de 2000", do Banco Mundial (Bird), divulgado ontem em Washington. De acordo com o Bird, o número de pessoas vivendo na extrema pobreza permanece "estupidamente alto". O Brasil avançou no combate à pobreza, segundo o Bird, nos dois primeiros anos do Real, mas um terço dos ganhos foi perdido depois da crise da Ásia.
O relatório do Bird mostra que 2,8 milhões de pessoas vivem com menos de US$ 2 por dia. Cerca de 56% dessas pessoas vivem em países em desenvolvimento. Segundo o Banco Mundial, o problema da distribuição de renda permanece muito grave.
Apesar de somarem mais de um terço da população mundial, os mais pobres respondem por menos de 6% da renda internacional. Nos países ricos, sete em cada grupo de mil crianças morrem antes de completar cinco anos. Já nos países pobres, a média é de 90 mortes.
O retrato do padrão de vida da população mundial não apresenta uma imagem única. Entre 1990 e 1998, o número de pessoas que vivem na pobreza no sul da Ásia cresceu de 495 milhões para 522 milhões. Na região africana localizada abaixo do deserto do Saara, o número passou de 242 milhões para 291 milhões de pobres.
É um contraste acentuado com a China e, em menor intensidade, com os países do Sudeste Asiático. O número de pobres na China caiu pela metade em dez anos.
Em outros países do Sudeste Asiático, houve uma diminuição de 30% no número de pobres na população.

AL
A América Latina estacionou em patamares de pobreza considerados altos pelo Banco Mundial. Nos últimos anos, o número de pessoas que vivem com menos de US$ 1 por dia permaneceu estável em 15% da população.

Brasil
O Brasil aparece no estudo do banco como um dos únicos países da América Latina e Caribe que conseguiram melhorar a condição de vida dos mais pobres. Segundo o documento, o número de pessoas abaixo da linha da pobreza caiu 30%. Mas a recessão dos dois últimos anos corroeu um terço das conquistas sociais.
(LS) e (RG)


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