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FMI ignora impacto positivo, diz Caramuru
da enviada a Washington
O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcos Caramuru, disse ontem que o FMI (Fundo Monetário
Internacional) não incorpora nos
seus relatórios os impactos positivos dos investimentos diretos estrangeiros nas economias em desenvolvimento.
"Esses investimentos mostram
a confiança de longo prazo dos investidores na economia brasileira", disse o secretário.
Na quarta-feira, o FMI divulgou
o "Panorama da Economia Mundial", avaliando que os países da
América Latina continuavam
muito vulneráveis porque necessitam de recursos externos para
cobrir seus déficits em conta corrente (balança comercial mais pagamentos de juros).
"Aprendemos que o que torna
uma região menos vulnerável é a
boa qualidade da política fiscal
dos países", disse Caramuru.
Segundo o secretário, o governo
brasileiro deverá defender nas
reuniões internas do FMI que a
instituição reformule suas linhas
de crédito para que seja reforçada
as linhas de prevenção contra crises. Caramuru explicou que esse
empréstimo deveria ser mais barato e automático.
Ao contrário do que vem defendendo o secretário do Tesouro
dos Estados Unidos, Larry Sammers, o governo brasileiro deve
defender também a manutenção
das linhas de longo prazo do Fundo Monetário Internacional que
são voltadas para as reformas estruturais dos países. "São reformas que envolvem longas negociações com os congressistas",
disse Caramuru.
Transparência
O secretário disse que o governo
concorda com a criação pelo FMI
de regras gerais de transparência
fiscal -para os países membros-, como vem sendo proposto pela direção do Fundo.
Mais uma vez, porém, disse que
essas regras deveriam ser acompanhadas de mais rapidez nos desembolsos para os países. "É preciso estar preparado para ser mais
rápido e exigir menos condicionalidades", disse.
Caramuru disse ainda que também será discutida nas reuniões a
participação do setor privado nas
soluções das crises.
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