São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 2000


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FMI ignora impacto positivo, diz Caramuru

da enviada a Washington

O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcos Caramuru, disse ontem que o FMI (Fundo Monetário Internacional) não incorpora nos seus relatórios os impactos positivos dos investimentos diretos estrangeiros nas economias em desenvolvimento.
"Esses investimentos mostram a confiança de longo prazo dos investidores na economia brasileira", disse o secretário.
Na quarta-feira, o FMI divulgou o "Panorama da Economia Mundial", avaliando que os países da América Latina continuavam muito vulneráveis porque necessitam de recursos externos para cobrir seus déficits em conta corrente (balança comercial mais pagamentos de juros).
"Aprendemos que o que torna uma região menos vulnerável é a boa qualidade da política fiscal dos países", disse Caramuru.
Segundo o secretário, o governo brasileiro deverá defender nas reuniões internas do FMI que a instituição reformule suas linhas de crédito para que seja reforçada as linhas de prevenção contra crises. Caramuru explicou que esse empréstimo deveria ser mais barato e automático.
Ao contrário do que vem defendendo o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Larry Sammers, o governo brasileiro deve defender também a manutenção das linhas de longo prazo do Fundo Monetário Internacional que são voltadas para as reformas estruturais dos países. "São reformas que envolvem longas negociações com os congressistas", disse Caramuru.

Transparência
O secretário disse que o governo concorda com a criação pelo FMI de regras gerais de transparência fiscal -para os países membros-, como vem sendo proposto pela direção do Fundo.
Mais uma vez, porém, disse que essas regras deveriam ser acompanhadas de mais rapidez nos desembolsos para os países. "É preciso estar preparado para ser mais rápido e exigir menos condicionalidades", disse.
Caramuru disse ainda que também será discutida nas reuniões a participação do setor privado nas soluções das crises.



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