São Paulo, quarta-feira, 14 de abril de 2004

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Negociações de contratos
Cooperativas e indústrias estão renegociando com os produtores de soja que fizeram vendas antecipadas mas tiveram quebra de safra. Em geral, os produtores devem pagar a diferença entre o valor acertado e o do período do vencimento do contrato, mais os custos operacionais.

Os que colheram
Nessas negociações estão entrando também os que colheram, mas se sentem prejudicados pelos contratos que fizeram em agosto e setembro do ano passado. Naqueles meses, os contratos foram feitos a US$ 10,50 ou US$ 11 por saca. Esses, no entanto, entram na lista negra, segundo um diretor de cooperativa.

Fim da alta
A soja segue o mercado externo e mantém tendência de queda na comercialização interna. Há 15 dias, uma saca da oleaginosa era negociada a R$ 53 no mercado interno. Ontem, estava a R$ 47, com queda de 11,3%.

Novos custos
Os preços dos insumos começam a subir e vão pesar cada vez mais no custo de produção dos agricultores. Os preços dos fertilizantes, que subiram 12% no mês passado, deverão ter novo reajuste nas próximas semanas. A taxa poderá ser superior à de março.

Perdeu a chance
Quem fez compra antecipada de fertilizantes se deu bem, segundo um analista de mercado. Há algumas semanas, com 14 sacas de soja se comprava uma tonelada de produto. A soja está caindo, mas os preços dos fertilizantes sobem. O custo deverá subir para 18 a 19 sacas, prevê o analista.

Cofins beneficia
A nova Cofins de 7,6% beneficiou os produtores de trigo. A taxa encareceu ainda mais os custos de importação do cereal, que já estavam elevados devido ao aumento dos preços externos. Com isso, os preços internos também subiram. A área plantada deverá crescer pelo menos 8% no Paraná.

Preços internos
Pesquisa de preços da Folha mostra que a saca de trigo está a R$ 28,25, em média, nas principais praças de negociação. Em alguns mercados, chega a R$ 30. Só ontem, os preços médios subiram 3,3%.

Troca por milho
A alta dos preços da soja fez com que o milho passasse a ser mais utilizado nos Estados Unidos. A demanda maior por milho provocou elevação nos preços externos, que puxaram também os internos. A tonelada do produto estava a US$ 125 no porto de Paranaguá (PR) há 30 dias. Atualmente, chega a US$ 158.

Agregar valor
Segundo o Cepea, o melhor caminho para agregar valor às exportações do café robusta brasileiro é aumentar a produção de café solúvel. É o que fazem as indústrias capixabas, que estão aumentando a capacidade de produção. Esse produto brasileiro vem ganhando vários mercados novos.

Redução de abates
A câmara setorial da carne bovina quer uma linha de financiamento para interromper o abate de matrizes, o que já é sentido no número menor de bezerros.

E-mail:
mzafalon@ folhasp.com.br



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