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LUÍS NASSIF
O MCT esclarece
A respeito da coluna "Retrabalho nos fundos setoriais", publicada anteontem, recebo os seguintes esclarecimentos do Ministério da Ciência e
Tecnologia, por meio de seu secretário-executivo, Luis Fernandes.
A visão do MCT é que fundos
setoriais foram um grande
avanço e que, originalmente, deveriam ser fontes complementes
de investimento em ciência e
tecnologia, destinados a áreas
consideradas prioritárias para o
desenvolvimento nacional.
Como não havia uma política
nacional de desenvolvimento
claramente definida pelo governo federal, seus recursos acabaram se tornando substitutivos
de fontes destinadas à manutenção do sistema básico de C&T.
Aliás esse fenômeno não ocorreu
apenas com os fundos setoriais
mas com impostos criados para
a área de saúde e transporte.
Com o lançamento do projeto
PITCE (Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior) pelo governo federal, o
MCT avalia que será possível retomar o foco original dos fundos, sem prejuízo da manutenção das atividades básicas do
sistema nacional de C&T.
Na coluna de anteontem,
apresentei críticas contra as propostas de mudança na gestão
dos fundos, que implicariam
maior centralização das decisões -em lugar do conceito de
coordenação, que caracteriza o
modelo atual.
A nota enviada pelo MCT na
prática significa uma mudança
na posição inicial -de centralização das ações do fundo. Segundo Fernandes, decidiu-se
ativar o comitê de coordenação
-composto pelos presidentes
dos comitês gestores, a quem caberá elaborar propostas de programas transversais que integrem as ações dos diversos fundos, nos marcos das suas especificidades setoriais, em sintonia
com as prioridades da política
industrial.
A única mudança é que o presidente do comitê, indicado pelo
MCT, passará a ser o próprio
ministro Eduardo Campos, fortalecendo o papel articulador da
Secretaria Executiva da pasta.
Desmontado na gestão anterior, de Roberto Amaral, o
CGEE (Centro de Gestão e Estudos estratégicos) voltará a ter
"papel fundamental de produção de estudos prospectivos e
mecanismos gerenciais que sirvam de subsídio não apenas à
formulação de políticas e ações
dos Fundos Setoriais como de
todo o ministério", esclarece Fernandes.
Essa mesma posição foi expressa pelo presidente da Finep
(Financiadora de Estudos e Projetos), Sérgio Rezende, cuja palestra em São Paulo, na semana
passada, fundamentou as conclusões da coluna.
Defesa
O ministro da Defesa, José
Viegas, entra em contato para
dizer que, em momento nenhum, por pensamento, palavra ou obras, manifestou preferência pelos aviões russos, na licitação FX.
Da lealdade
Lula explodiu com o correspondente do "New York Times", juntou seu círculo pessoal
e comunicou sua decisão. Qualquer pessoa de bom senso saberia que ela traria riscos incalculáveis para a imagem internacional de Lula.
O apoio e o incentivo à medida, especialmente da parte do
chanceler Celso Amorim, homem com enorme bagagem intelectual e internacional, são
demonstração cabal de quão
ilusórias são as lealdades criadas pelo poder.
Salve Ricardo Kotscho.
E-mail - Luisnassif@uol.com.br
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