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São Paulo, sábado, 14 de junho de 2003

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Números do BNDES melhoram, mas ainda registram queda no ano

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

Os números do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) mostraram uma melhora significativa em maio, mas o desempenho no ano ainda continua bastante negativo.
Os pedidos de empréstimos no BNDES, considerados um dos principais termômetros para medir a disposição de investir do setor privado, deram um salto de 212% em maio contra abril -subiram de R$ 1,4 bilhão para R$ 4,4 bilhões.
Apesar dessa alta expressiva das consultas em maio, ainda é cedo para interpretar como um sinal de recuperação de investimento. A melhora pode ter sido influenciada pela apresentação de um ou dois grandes projetos de financiamento. Nos primeiros cinco meses do ano, as consultas ainda estão 36% mais baixas do que no mesmo período do ano passado.
As aprovações de empréstimos pela diretoria do BNDES no governo Lula também cresceram significativamente em maio: subiram de R$ 983 milhões em abril para R$ 1,89 bilhão no mês passado, uma alta de 92% no mês. No ano, o total de aprovações ainda acumula uma queda de 52% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os desembolsos do banco, que refletem a liberação dos empréstimos, também subiram em maio: de R$ 1,4 bilhão em abril para R$ 1,8 bilhão. No acumulado do ano, os desembolsos ainda estão 18% menores do que em 2002. As liberações refletem aprovações de empréstimos do passado.
Apesar de o desempenho do BNDES no ano ainda ser bastante desanimador, os números de maio mostram, no entanto, que o banco já começa a sair do período de paralisação dos primeiros meses da nova gestão.
Ao assumir o banco, no início do ano, Carlos Lessa, presidente do BNDES, promoveu um terremoto no banco. Ele trocou toda a diretoria, afastou 23 superintendentes, e reestruturou toda a forma de operação do BNDES. O banco parou.
A inadimplência da empresa norte-americana AES, controladora da Eletropaulo, que deve US$ 1,131 bilhão pela compra de ações da distribuidora paulista na época da privatização, também ajudou a paralisar as atividades do banco.
O resultado do mês passado é o primeiro sinal de que o BNDES pode ter começado a deslanchar no novo governo. Mesmo assim, em encontros frequentes com empresários, Lessa tem feito apelos para que eles voltem a procurar o BNDES com projetos de investimentos.


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