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Números do BNDES melhoram, mas ainda registram queda no ano
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
Os números do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) mostraram
uma melhora significativa em
maio, mas o desempenho no ano
ainda continua bastante negativo.
Os pedidos de empréstimos no
BNDES, considerados um dos
principais termômetros para medir a disposição de investir do setor privado, deram um salto de
212% em maio contra abril -subiram de R$ 1,4 bilhão para
R$ 4,4 bilhões.
Apesar dessa alta expressiva das
consultas em maio, ainda é cedo
para interpretar como um sinal de
recuperação de investimento. A
melhora pode ter sido influenciada pela apresentação de um ou
dois grandes projetos de financiamento. Nos primeiros cinco meses do ano, as consultas ainda estão 36% mais baixas do que no
mesmo período do ano passado.
As aprovações de empréstimos
pela diretoria do BNDES no governo Lula também cresceram
significativamente em maio: subiram de R$ 983 milhões em abril
para R$ 1,89 bilhão no mês passado, uma alta de 92% no mês. No
ano, o total de aprovações ainda
acumula uma queda de 52% em
relação ao mesmo período do ano
passado.
Os desembolsos do banco, que
refletem a liberação dos empréstimos, também subiram em maio:
de R$ 1,4 bilhão em abril para
R$ 1,8 bilhão. No acumulado do
ano, os desembolsos ainda estão
18% menores do que em 2002. As
liberações refletem aprovações de
empréstimos do passado.
Apesar de o desempenho do
BNDES no ano ainda ser bastante
desanimador, os números de
maio mostram, no entanto, que o
banco já começa a sair do período
de paralisação dos primeiros meses da nova gestão.
Ao assumir o banco, no início
do ano, Carlos Lessa, presidente
do BNDES, promoveu um terremoto no banco. Ele trocou toda a
diretoria, afastou 23 superintendentes, e reestruturou toda a forma de operação do BNDES. O
banco parou.
A inadimplência da empresa
norte-americana AES, controladora da Eletropaulo, que deve
US$ 1,131 bilhão pela compra de
ações da distribuidora paulista na
época da privatização, também
ajudou a paralisar as atividades
do banco.
O resultado do mês passado é o
primeiro sinal de que o BNDES
pode ter começado a deslanchar
no novo governo. Mesmo assim,
em encontros frequentes com
empresários, Lessa tem feito apelos para que eles voltem a procurar o BNDES com projetos de investimentos.
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