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Corte nas linhas de financiamento põe empresa em situação drástica
ÉRICA FRAGA
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A situação dos exportadores
que necessitam de crédito já é
drástica. Segundo bancos ouvidos
pela Folha, a redução de linhas de
financiamento às exportações já
varia de 50% a 70%.
As principais instituições financeiras que atuam nesse segmento
dizem que os leilões de linha externa feitos pelo Banco Central
nem sequer são suficientes para
atender à demanda das empresas
que necessitam pagar suas dívidas
no mercado externo. Nesse cenário, confirmam, os exportadores
realmente têm ficado de fora. A
especulação de algumas instituições tem contribuído para piorar
a situação, avaliam os analistas.
O diretor de uma corretora de
câmbio conta que não conseguiu
fechar um contrato de ACC (principal modalidade de crédito à exportação) para uma empresa de
primeira linha do setor de mineração. Segundo o diretor, a empresa queria fechar um contrato
de US$ 1,5 milhão, mas os bancos
consultados aceitaram cotar apenas US$ 500 mil. Para o negócio,
pediram taxas superiores a 10%
ao ano. Há dois meses, as taxas
para o mesmo negócio não superavam 3% ao ano.
O diretor da área internacional
de um banco estrangeiro afirma
que a matriz não tem autorizado o
fechamento de novos pedidos de
crédito. Mesmo antigos clientes
do banco têm tido dificuldades
para conseguir crédito.
A única saída que poderia aliviar esse problema é a prometida
atuação direta do BC no fornecimento de crédito aos exportadores. A grande dúvida do mercado
é como o BC realizaria a operação.
Segundo o diretor de comércio
exterior de um importante banco,
o repasse feito diretamente pelo
BC às empresas é praticamente
inviável, uma vez que a instituição
não tem estrutura para isso.
A distribuição dessas linhas pelos bancos dificilmente seria suficiente para atender à demanda do
setor exportador. Para analistas, o
provável seria que os bancos segurassem parte desses recursos
para aumentar suas próprias aplicações em dólar. E os exportadores continuariam a ver navios.
A saída, dizem analistas, seria o
repasse das linhas extras pelo
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ou pelo Banco do Brasil diretamente aos exportadores.
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