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Dólar sobe mais 0,47% e custa R$ 3,17
ANA PAULA RAGAZZI
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar encerrou o dia ontem
com leve alta, de 0,47%, vendido a
R$ 3,17. Segundo operadores, o
Banco Central teria feito consultas ao mercado para vender a
moeda por pelo menos três vezes.
A autoridade monetária, no entanto, não confirmou a venda da
moeda ontem. Dessa forma, é
possível avaliar que apenas as
consultas aos "dealers" (instituições financeiras credenciadas pelo BC) sobre a demanda e uma
possível venda seguraram a cotação. O dólar chegou a subir 3,5%.
Neste ano, o BC já gastou aproximadamente US$ 2,6 bilhões em
suas intervenções no mercado de
câmbio. O valor não inclui as vendas feitas de sexta até anteontem,
cujos valores ainda não foram oficialmente divulgados. Na quinta,
primeiro dia de negócios após o
fim das intervenções diárias de
US$ 50 milhões, que eram feitas
desde o mês passado, o BC vendeu cerca de US$ 150 milhões no
mercado de câmbio. Operadores
também afirmaram ontem que o
governo teria comprado C-Bonds, títulos da dívida externa
brasileira, aproveitando-se do
baixo preço atingido pelo papel.
O C-Bond caiu 1,4%, desvalorização menor do que os 4,3% de
segunda. O risco-país também fechou com depreciação menor. O
índice Embi+, do JP Morgan, subiu 2,8%, para 2.284 pontos -alta de 10,8% na segunda.
Não teve forte influência nas negociações a informação de que o
BC deverá oferecer crédito para as
empresas em dólares -o mercado espera por uma linha concreta.
O nervosismo da manhã foi atribuído ao rebaixamento da nota
da dívida brasileira anunciado pela Moody's na segunda à noite.
O dia também foi de especulação em torno da pesquisa Ibope.
O mercado trabalhava com a hipótese de o candidato do governo,
José Serra (PSDB), ter subido um
ou dois pontos. Também houve o
boato de que, se eleito, Ciro Gomes (PPS) manteria o atual presidente do BC, Armínio Fraga, no
cargo por seis meses. O boato foi
desmentido por Ciro.
O BC continuou com a rolagem
dos US$ 2,5 bilhões em títulos
cambiais que vencem amanhã.
Até ontem, já havia rolado US$
1,535 bilhão em "swaps" cambiais
(espécie de seguro contra a variação do dólar). Os contratos colocados, como na segunda, foram
de curtíssimo prazo, com vencimento em 2 de setembro. As taxas
ficaram próximas de 29%. O resultado da operação demonstra
que o mercado exige taxas maiores e prazos mais curtos para aceitar os papéis, pois quer se desfazer do risco eleitoral.
Com a Sucursal de Brasília
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