LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais um grupo siderúrgico brasileiro acaba de fechar acordo com estrangeiros para juntar forças na produção de aço. O grupo Gerdau afirmou ontem que unirá suas sete usinas nos Estados Unidos e Canadá com as quatro da canadense Co-Steel, criando uma nova empresa. A futura Gerdau Ameristeel Corporation deverá faturar US$ 1,7 bilhão por ano.
O grupo Gerdau disse ao mercado que o negócio é uma fusão. Mas ele terá 74% das ações da nova companhia, contra os 26% dos acionistas da Co-Steel. O vice-presidente executivo da Gerdau, Osvaldo Schirmer, disse à Folha que na prática a empresa está mesmo comprando a Co-Steel.
"No fundo, esse negócio significará a compra da Co-Steel", disse Schirmer. O valor da aquisição é de cerca de US$ 510 milhões, o correspondente ao preço das ações da Co-Steel repassadas para a nova empresa.
Para a concretização do negócio, a Co-Steel fará primeiro a emissão de papéis para a aquisição das usinas da Gerdau. No final do processo, porém, a Gerdau será acionista majoritária da nova empresa, com direito a cinco dos nove membros do seu conselho. Jorge Gerdau Johannpeter, presidente da Gerdau, será também presidente da Gerdau Ameristeel.
A nova companhia trará benefícios para os grupos envolvidos. A Co-Steel, por exemplo, teve um desempenho ruim em 2001, com queda no faturamento, que somou US$ 667 milhões, e prejuízo de US$ 73 milhões.
"A sinergia dos negócios dos dois grupos na América do Norte deverá resultar em uma economia de US$ 23 milhões nos custos anuais", afirmou Shirmer.
Para a Gerdau, que faturou US$ 2,7 bilhões no ano passado e lucrou US$ 200 milhões, a nova empresa permitirá o acesso à tecnologia de produção de aços planos, como aqueles usados pela indústria automobilística. Isso porque a Co-Steel possui 50% da siderúrgica Gallatin, especializada nesses produtos. "Vamos absorver tecnologias com esse negócio."
A capacidade de produção da nova Gerdau Ameristeel Corporation será de 6,9 milhões de toneladas anuais de aço. A capacidade de todo o grupo Gerdau passará de 12 milhões para 15,7 milhões de toneladas anuais.
O setor siderúrgico passa por uma fase de fusões. Em julho, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) anunciou sua fusão com a anglo-holandesa Corus.



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