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Desemprego entre os jovens atinge 32%
Taxa entre 16 e 24 anos é muito maior que a dos acima de 25 anos, de 13%, segundo pesquisa do Dieese com dados de 2005
Pesquisa revela ainda dificuldade para jovem conciliar estudo com o trabalho por causa de carga horária pesada
JOÃO SANDRINI
DA FOLHA ONLINE
Pesquisa divulgada pelo
Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostra
que 45,5% do total de desempregados brasileiros têm entre
16 e 24 anos. Ao mesmo tempo,
os jovens representam apenas
25% da população economicamente ativa.
O levantamento, feito com
números de 2005, identificou
3,241 milhões de desempregados no Distrito Federal e nas
regiões metropolitanas de São
Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Salvador -1,473
milhão tinha até 24 anos.
Para o Dieese, faltam oportunidades para jovens no mercado de trabalho, que tem uma taxa de desemprego de quase o
triplo da dos demais. Segundo
os números do Dieese, o índice
de desemprego das pessoas entre 16 e 24 anos alcança 31,82%,
mas cai para 12,76% entre
quem tem 25 anos ou mais, nos
dados de 2005.
A situação é bem parecida em
São Paulo. Enquanto a taxa de
desemprego é de 11,9% para
maiores de 25 anos, alcança
29,89% entre 16 e 24 anos.
Patricia Lino Costa, economista do Dieese, disse que somente com taxas de crescimento econômico que permitam a
redução do índice geral de desemprego o jovem deixará de
ter a concorrência de pessoas
mais experientes para obter vagas no mercado de trabalho.
Ela lembrou que em 2004 os
jovens eram 46,4% dos desempregados nessas seis regiões.
Mas Costa atribuiu a redução,
de quase um ponto, ao desalento de uma parcela dos jovens,
que deixou de procurar emprego porque percebeu a importância de continuar a estudar.
A pesquisa mostra ainda que
a maioria dos jovens ocupados
não consegue conciliar a formação escolar e a profissional.
Em São Paulo, onde o problema
é mais grave, 70,1% dos jovens
ocupados só trabalham e só
29,9% estudam e trabalham.
A situação é pior entre as famílias de baixa renda. Em São
Paulo, entre a parcela de 25%
das famílias com maior renda
familiar, 40,8% dos jovens estudam e trabalham e 59,2% só
trabalham. Já entre 25% das famílias com menor renda, a proporção cai para 23,5% e 76,5%.
"O estudo mostra a fragilidade dos jovens, principalmente
de baixa renda. São necessárias
políticas públicas que permitam que o jovem continue a estudar e aumente sua escolaridade antes de ingressar no
mercado de trabalho", afirmou.
O estudo mostra que jornadas pesadas de trabalho contribuem para afastar o jovem da
escola. Nas seis regiões, a maior
jornada semanal média foi encontrada em Recife, onde os jovens trabalham em média 44
horas semanais -o limite legal.
Mesmo em Belo Horizonte,
onde foi encontrada a menor
jornada média, de 39 horas, ela
ainda foi considerada pelo
Dieese difícil de ser compatibilizada com os estudos.
Os rendimentos dos jovens
mostram a importância do aumento da escolaridade. Segundo a pesquisa, o menor salário
médio foi encontrado em Recife (R$ 318) e, o maior, no Distrito Federal (R$ 573). Já em São
Paulo a média ficou em R$ 560
por mês no ano passado.
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