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Dívida interna cresce R$ 25 bi em agosto
Alta foi gerada pelo peso dos juros e pela maior procura do mercado por títulos federais; endividamento já chega a R$ 1,039 tri
Por outro lado, houve uma melhora no perfil do débito;
parcela de títulos com remuneração prefixada subiu de 30,4% para 31,5%
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O aumento do apetite dos investidores por títulos federais,
combinado ao peso dos juros
sobre o estoque de papéis em
poder do mercado, provocou
um crescimento de R$ 25,08
bilhões na dívida pública em
agosto. Com a elevação de
2,47% em relação a julho, o endividamento interno em títulos
já chega a R$ 1,039 trilhão.
Apesar de o Banco Central
vir reduzindo a taxa Selic desde
setembro do ano passado, os juros continuam exercendo forte
pressão sobre o total da dívida.
Em agosto, o impacto foi de R$
12,58 bilhões. "Pelo menos esse
peso não tem aumentado. O total de títulos atrelados à Selic
ainda é muito grande. Ainda vai
levar um tempo para reduzir
esse impacto", disse o coordenador de Operações da Dívida
Pública, Manuel Augusto Silva.
O Tesouro Nacional explica
que no mês passado o ambiente
foi "positivo" para a administração da dívida pública, permitindo uma elevada colocação
(líquida) de papéis no mercado
-R$ 12,5 bilhões. Essas emissões concentraram-se, sobretudo, em títulos prefixados,
contribuindo para melhorar a
composição do estoque.
"Em agosto, houve redução
da volatilidade externa por causa da interrupção da elevação
dos juros nos EUA. O cenário
doméstico foi bastante positivo, com baixos índices de inflação, manutenção dos resultados favoráveis das contas externas e melhoria da percepção de
risco. A soma disso criou um
ambiente positivo para o gerenciamento da dívida", disse.
Ele destacou que a melhora
no humor dos investidores em
agosto também propiciou um
reequilíbrio do mercado de papéis corrigidos por índices de
preços. Esse movimento já havia se esboçado em julho, mas
ganhou força no mês passado.
Foram emitidos R$ 6,5 bilhões
em NTN-Bs. Esse mercado é
considerado fundamental pelo
Tesouro na sua estratégia de
alongamento da dívida pública.
Composição
Com as emissões de agosto, a
parcela de títulos com remuneração prefixada aumentou de
30,4% para 31,5%. Quanto
maior essa fatia, melhor para o
governo. Há maior previsibilidade na administração da dívida, evitando sobressaltos em
eventuais altas da taxa de juros.
Já a parcela atrelada à Selic
diminuiu de 43,2% em julho
para 42,5% no mês passado. A
aposta do Tesouro é que esse
percentual caia para um patamar próximo de 39% até o final
do ano. No caso dos papéis
atualizados por índices de preços, foi percebido um discreto
recuo de 21,9% para 21,6%.
Manteve-se praticamente estável a parcela cambial da dívida.
A forte colocação de títulos
corrigidos por índices de preços (cujos prazos são mais longos) em agosto fez ainda com o
que o prazo médio das emissões realizadas no mês pulasse
de 28,5 meses, em julho, para
38,5 meses, em agosto. As colocações também incluíram títulos prefixados ou corrigidos pela Selic com prazos maiores.
Mesmo assim, o prazo médio
de vencimento do estoque da
dívida caiu de 30 para 29,8 meses. A parcela de títulos a vencer em 12 meses também teve
recuo: foi de 41,2% para 39,2%,
segundo o Tesouro.
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