São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 2006

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Médica do INSS é assassinada em Minas

Morte ocorreu no primeiro dia da greve de médicos peritos do instituto por mais segurança no trabalho

THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA

A médica perita do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) Maria Cristina Souza Felipe da Silva, 56, foi assassinada na manhã de ontem em frente a sua casa, em Governador Valadares (Minas Gerais).
O assassinato ocorreu no primeiro dia de paralisação nacional dos médicos peritos da Previdência Social. A principal reivindicação da categoria é segurança no trabalho.
Por causa do assassinato, a paralisação -prevista para durar dois dias- pode se estender por tempo indeterminado.
Delegada da ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social) e chefe da Gerência de Benefícios do INSS no município, Silva foi atingida dentro de seu carro por três tiros no tórax, disparados por um homem em uma bicicleta.
Ela chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital. A médica estava sozinha no carro e nada foi roubado. Deixou marido e quatro filhos.
Segundo a associação dos peritos, Silva combatia fraudes na concessão de benefícios e já havia feito denúncias à imprensa local sobre agressões contra os peritos.
A Polícia Federal vai apurar o caso, a pedido do Ministério da Previdência Social e do Ministério Público Federal.
O presidente da ANMP, Eduardo Almeida, disse que a responsabilidade pela morte da médica é do governo federal, por não ter agido com rapidez diante das denúncias de violência contra peritos feitas pela associação. "As decisões dela [Silva] podem ter atrapalhado algum esquema de corrupção, que existe no Brasil inteiro."
Levantamento parcial da ANMP aponta que a paralisação atingiu ontem 90% dos 4.800 médicos peritos do INSS. Com o assassinato de Silva, a greve pode se estender.
"A categoria está disposta a não retornar ao trabalho", disse o presidente da associação.


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