São Paulo, quinta-feira, 14 de outubro de 2004

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Produtividade
Uma das surpresas nos números do balanço de oferta e demanda do Usda, divulgado na terça-feira, foi a boa produtividade que a safra norte-americana de soja terá. A previsão era de produção inferior a 45 sacas por hectare, mas a estimativa deste mês acabou mostrando 47 sacas. Em alguns Estados, como Illinois e Indiana, esses números apontam para 57 sacas.

Mercado externo
Os novos números do Usda, que apontam safras recordes de soja e de milho, além de forçar a queda dos preços internacionais, indicam um avanço dos EUA no mercado externo. As exportações de soja deverão subir para 28 milhões de toneladas, ocupando espaço do Brasil e da Argentina.

Pouca alteração
O relatório do Usda praticamente não mexeu com os números de outros grandes produtores de soja, à exceção do Brasil. Neste caso, as estimativas, que eram de 66 milhões de toneladas, apontam para 64,5 milhões. A China deverá se manter na liderança das importações, com a compra de 22,5 milhões de toneladas na safra 2004/5.

Comercialização
A comercialização da safra paranaense de trigo ainda fica nos 24% neste ano, segundo o Deral. A de soja já atinge 84%, e a de milho da safra normal, 78%. As vendas de milho safrinha, colhido no inverno, ainda estão em 46%.

Soja em queda
O mercado de soja brasileiro começa a sentir os efeitos do relatório divulgado pelo Usda. A saca de 60 kg da oleaginosa chegou a ser negociada ontem a R$ 27 no interior de Goiás (queda de 2,6%).

Desacelerando
Os preços recebidos pelos produtores no Estado de São Paulo mostram redução no ritmo de alta pela terceira semana seguida. Os dados de ontem do Instituto de Economia Agrícola indicam evolução média de 0,68% nos últimos 30 dias (o anterior foi de 0,77%).

As pressões
Nelson Martin, coordenador da pesquisa, aponta que as maiores pressões do período ficam para feijão, frango e café. Feijão e frango, pela menor oferta no mercado interno, subiram 48% e 17%, respectivamente. Já o café, embalado por pressões externas, subiu 15%.

O que cai
As principais quedas de preços nesses últimos 30 dias ficam para os produtos que tinham subido muito no início do semestre. Entre eles estão tomate, cebola e batata, todos com quedas acima de 30%. O trigo, devido ao período de colheita, teve queda de 11%.

Desempenho previsto
O bom rendimento que a Basf obteve no primeiro semestre deste ano fez a empresa prever, no mais tardar para 2006, lucro de 25% ao ano no setor de proteção fitossanitária. Essa taxa seria obtida antes dos descontos de juros, Imposto de Renda e depreciações e amortizações de capital.

Remodelação
Para chegar a esse rendimento, a Basf também está cortando custos. Nos últimos quatro anos fechou o centro de pesquisas de Princeton (EUA), quatro estações de pesquisas e se livrou de outras quatro unidades de produção.

E-mail: mzafalon@folhasp.com.br

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